Durante entrevista à imprensa, Humberto Souto (Cidadania), que mantém isolamento social em casa, sob cuidados médicos, parece viver outra realidade. O prefeito insiste em dizer que o seu governo tem controle diário da situação da Covid-19 em Montes Claros e que tomou medidas eficazes (imagina se não tivesse tomado). Infelizmente, a realidade é bem diferente. Os números mostram uma curva crescente, avançando de maneira assustadora na direção da triste marca oficial de mil casos (ultrapassou a casa dos 700 casos confirmados).
O avanço...
Desde o início da pandemia, o governo municipal se equivocou na avaliação do grau de incidência da doença, não planejou com eficiência uma estratégia organizacional de ação operacional contínua, envolvendo de maneira sincronizada secretarias, comunicação, associações, ONGs, entidades, movimentos populares. Simplesmente insistiu em baixar decretos e culpar a população pelo crescimento da Covid-19. Agora sem controle, assinou mais um decreto.
Faltou sintonia
Não há diálogo. O prefeito continua com sua característica de impor suas ideias, radicalizar sugestões, menosprezar a necessidade de ouvir e de compartilhar informações. Em casa, insiste nas decisões burocráticas que, na prática, os números mostram ineficazes. Medidas que deveriam ter sido adotadas com antecedência, com rigor, logo no início, foram postergadas, empurradas para frente. Na prática, o que houve foi excesso no aumento dos casos da doença. Segundo infectologistas, a tendência é o gráfico continuar aumentando. A morte de um bebê de apenas 7 meses fez subir para 11 o número de óbitos em Montes Claros.
Campanha em casa
Articuladores do prefeito Humberto Souto estão assustados. Caso o prefeito mude de opinião e resolva realmente tentar a reeleição, pertencente ao grupo de risco, sua campanha teria que ser feita em casa, sob cuidados médicos. Ou seja, isolado, sem nenhum tipo de contato físico. Outro fator preocupante é a idade, 86 anos – caso seja candidato e tenha êxito, terminaria o segundo mandato com 90 anos.