Voz que destoa dos brasileiros

Samy Pinto*
Hoje em Dia - Belo Horizonte
15/11/2018 às 06:50.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:50

Acordar com a notícia de que o Senado aprovou um reajuste de 16% para o judiciário é algo para deixar a todos os brasileiros com um sentimento de derrota. De acordo com as matérias que saíram, o teto salarial vai de R$33.700 para R$39.200, causando um impacto de cerca de R$4 bi no orçamento. Algumas perguntas evidenciam a sensação de que a população está perdendo com esse resultado da votação. A primeira é: temos o dinheiro para conceder esse aumento? E se temos, em vez de investir no teto do judiciário, por que não investir no piso dos professores, por exemplo?

A mensagem que esses parlamentares deixam é a de uma pirâmide invertida. Um recado de que vão privilegiar aqueles que já ganham muito e que não pretendem prestigiar classes como a dos professores, que ganham pouco mais de R$2 mil.

Pesquisa divulgada pela Varkey Foundation, entidade dedicada à melhoria da educação no mundo, revela que o Brasil caiu para último lugar no ranking que avalia o status do professor, ou seja, o quanto o educador é valorizado. No Pisa, avaliação de desempenho escolar no mundo, o país também não consegue boa colocação, só perde para o Peru, em um estudo de 30 países. O que mostra que essa é uma área que demanda urgente atenção e investimento.

São R$4 bilhões que poderiam ser investidos na educação, naqueles que realmente podem transformar a sociedade. Em um cenário de tanto debate, polarização e discussões, o brasileiro merecia acordar e poder dizer com orgulho: “Mesmo com todas as dificuldades e déficits, estão fazendo algo para beneficiar de verdade o Brasil”.

É desanimador acordar com a notícia do reajuste para o judiciário. Essa decisão atende as exigências da população? Será que essas vozes que votaram em favor do aumento harmonizam com o clamor dos brasileiros? Quando olhamos para o resultado recente das urnas, que mostraram um desejo por mudança, encontramos que a resposta para essas perguntas são “não”.

Rabino, Samy Pinto é formado em Ciências Econômicas, se especializou em educação em Israel, na Universidade Bar-llan. É também , mestre e doutor em Letras e Filosofia pela USP.

*Rabino, economista, mestre e doutor em Letras e Filosofia

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