Você vive no piloto automático?

Cristiane Alves - Psicóloga
16/05/2019 às 06:59.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:40

A vida é tão corrida e competitiva que muitas vezes somos levados por ela. Somos, em muitos momentos, tão automáticos e poucos conscientes. A neurociência que estuda o cérebro e o comportamento humano diz que agir no piloto automático não é ruim, pelo contrário! Nos possibilita associar série de comportamentos com agilidade, num processo cognitivo saudável –dirigir cantando, caminhar e passear com o pet, ou seja, associar duas ou mais atividades ao mesmo tempo.

A aprendizagem atrelada à repetição nos possibilita adquirir uma habilidade que nos capacita a exercê-la sem grandes elaborações, e quando nos damos conta já estamos fazendo sem tantos esforços, praticamente no automático.

Nesta eficiência prazerosa de executarmos as coisas com exatidão, entramos na zona de conforto do “piloto automático”, pois, um período de treino cria trilhas “neuronais” de acesso imediato para formação de rotinas e hábitos. Exemplo: todos os dias você faz determinado percurso e num determinado dia você só precisa ir até metade do percurso e tem que retornar. Ou está iniciando uma nova dieta alimentar e quando percebe está com outro alimento do cardápio anterior...isto revela que nos acostumamos facilmente a uma rotina e nossa mente rapidamente nos domina e ficamos muito mais “automáticos” do que conscientes de nossos comportamentos.

Isto vale também para nossas emoções, comunicação, pensamento, e isto favorece uma fragilidade emocional, pois é imprescindível sermos os protagonistas da nossa vida, e para isto precisamos ser conscientes das nossas atitudes.

Vez que não paramos e damos um tempo para analisarmos nossas ações, planejarmos nossos dias, e sermos estratégicos, vivemos de forma reativa, sem elaboração e isto nos coloca numa situação o mais propensa a fragilidades. Essas fragilidades transformam-se em situações que nos levam a condutas e sentimentos desagradáveis, contribuindo para estresse, ansiedade, depressão, insônia, falta de foco, sensação de fracasso e diversos sentimentos que causam sofrimento emocional.

É fundamental parar e voltar ao PRE (Pare - Reflita - Escolha), essa tríade que nos possibilita reflexão básica, para que ocorra um “reset mental” com a finalidade de nos fazer separar das obrigações e das exigências que muitas vezes não são nossas, mas são impostas pelo meio.

Pergunto: tudo o que você faz hoje são suas reais prioridades? Sua rotina prioriza suas necessidades? Diante da rotina que você tem estabelecido, com quais emoções você mais tem lidado? Se você continuar mantendo o mesmo ritmo de vida, como você estará daqui 5 anos (do ponto de vista físico, emocional, financeiro)?

O processo psicoterápico favorece a pessoa a encarar-se, a olhar para si, buscando respostas para as inúmeras ações tomadas e por diversos comportamentos gerados que são causadores de desconfortos emocionais. Só olhando para dentro de nós enxergaremos a rota que nos levará aos pontos de satisfação que suprirão nossas necessidades emocionais.

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