Universo corporativo

Leila e Délcio
Montes Claros
11/08/2018 às 06:13.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:53

Causou espanto no final do século passado quando o mundo descobriu que os japoneses já trabalhavam com naturalidade com a ideia de produtos descartáveis desde sua concepção inicial... Hoje o mundo inteiro aceita esta ideia e trabalha assim com tudo que consumimos...

Um novo choque começa a estremecer o universo corporativo à medida em que o conceito passará a se aplicar às próprias empresas, independentemente de seu porte ou segmento de mercado.

O mundo passa por mudanças tão rápidas que as empresas poderão perder em poucos anos os seus diferenciais competitivos que as mantém vivas no mercado, e estima-se que em 10 anos aproximadamente terão que ser totalmente reinventadas, caso não queiram fechar as portas...

O mercado globalizado, o acesso à internet, o poder dos consumidores modernos, a competição acirrada, a disseminação do empreendedorismo e das startups, entre outros fatores, são capazes de criar também seus próprios monstros, seus próprios predadores, num processo de autofagia, de auto-canibalismo, de proporções exponenciais num futuro próximo...

Há quem já prevê entre os estudiosos do tema que futuramente os presidentes das empresas terão como missão principal reinventar o negócio, antes que ele caduque ou se inviabilize mercadologicamente.

Essas previsões, antes de serem catastróficas e de provocarem nosso desespero e paralisia, devem ser entendidas como um alerta para que já agora passemos a adotar algumas posturas mais condizentes com o novo cenário, estimulando comportamentos mais inteligentes e eficazes contra a miopia empresarial que ainda predomina em muitas organizações tradicionais...

É chegada a hora de os diretores das empresas tirarem da gaveta aqueles projetos considerados disruptivos, polêmicos, que lhes causam tanta resistência e trabalho para sua implantação que necessariamente vão lhes tirar da zona de conforto em que se meteram, caso não queiram ser engolidos pela sanha de mudança que não para de crescer...

É preciso incentivar a participação de todos no estabelecimento de políticas e de processos dentro da organização, independentemente do seu nível hierárquico...

É preciso ouvir mais os empregados, clientes, parceiros e fornecedores...

Não dá mais para administrar baseado nas informações filtradas e distorcidas que chegam às mesas dos executivos, já devidamente blindadas e despojadas de qualquer novidade que comprometa o sistema reinante...

Os diretores têm que sair de suas tocas e ir para o chão de fábrica, para a cantina, para o refeitório, visitar clientes e fornecedores, devem estar atentos à “rádio peão” e permitir o acesso livre aos seus gabinetes...

Medidas simples, mas eficazes como estas, podem não evitar completamente a gradual obsolescência inevitável de qualquer empresa, mas por certo irá retardar este processo e quem sabe permitir sua natural adequação e mudança aos novos tempos, impedindo que seu futuro CEO tenha que enfrentar o fechamento da corporação ou iniciar sua completa reconstrução.

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