Sucesso sustentável

Leila Silveira e Delcio Fortes
O Norte - Montes Claros
20/10/2018 às 06:11.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:20

O ser humano preza e ama a liberdade, como seu maior atributo, como sua maior conquista, como seu maior anelo... Os grandes revolucionários, os grandes artistas e os grandes empreendedores só conseguiram evoluir em seus intuitos e produzir grandes resultados ao se apoderarem de suas asas e mergulhar em um “voo-livre- sem-destino”, guiados apenas pelo sabor dos ventos e do prazer soltando as amarras da imaginação, vencendo o medo que nos intimida do desconhecido...

Enquanto jovem, sonhador e inventivo Henry Ford surpreendeu a América e o mundo ao se propor e deixar-se fabricar “um automóvel para multidões, grande o bastante para uma família, mas pequeno o suficiente para caber no orçamento de um americano médio!”

Foi com esta visão que, nas primeiras décadas do século passado, produziu centenas de milhares do revolucionário Ford -T, tornando a sua Ford Motor Company a principal montadora dos Estados Unidos e todo o mundo.

Da mesma forma que acumulou riquezas, apegou-se a padrões rígidos e conservadores, impedindo a inovação em seus negócios e projetos, tornou-se um empresário inseguro e refratário, quase levando à falência, no final de carreira, a empresa que genialmente criara e magistralmente desenvolvera enquanto “possesso” do espírito livre e criador que, infelizmente, deixou de cultivar na maturidade!

A emblemática historia de Henry Ford, longe de ser uma lenda, não só é verdadeira quanto acontece mais comumente que pensamos, com seres comuns, mortais como nós, no cotidiano da vida, da política, dos negócios, das artes e do poder...

Mas qual/quais explicação(ões) para tamanha mudança? Por que as pessoas criativas, rebeldes, inovadoras, inteligentes tornam-se reféns de armadilhas tão sufocantes, justamente após ter atingido o sucesso, conquistado o poder, realizado o grande sonho de suas vidas...?

Além da perda da autoestima, o que as torna indecisões temerosas e até cruéis, existe a tendência natural de o ser humano tornar-se mais conservador à medida em que envelhece... Inovar implica em mudanças constantes e nem sempre é fácil lidar com a incerteza... Mas, em nossa opinião, o principal componente que “envenena” qualquer carreira triunfante e luminosa é o medo de perder o que já se conseguiu!

Chefes, líderes, comandantes que começam a temer ajudar seus comandados, subordinados e seguidores iniciam em vida o próprio ritual do futuro velório, jogando a cada gesto autoritário e arbitrário uma pá de cal naquilo que tão magistralmente construiu no passado...

Diminuir, rebaixar, ofuscar, humilhar, segregar pessoas com “medo-de-perder-o-lugar” é um ardil fatal, pois para “puxar-as-pessoas-para-baixo”, é preciso se rebaixar também!

Em compensação, quando você motiva e incentiva as pessoas, quando mais “dispensável” você se torna, mais “indispensável” você fica, na medida em que você fortalece os próximos, ajuda o grupo a crescer continuamente, garantindo um sucesso cada vez mais “sustentável” para sua organização!

  

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