Som das palavras

Thiago Valeriano Braga
31/05/2019 às 00:39.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:54

Quem gosta de música antiga, por certo, deve ter ouvido falar de Godofredo Guedes, o baiano de Riacho de Santana que cantou nos anos 60, deixando para trás um grande exemplo de vida. O tempo pôde parecer difícil para o jovem músico que soltou a voz, encantou plateias e fez história nos dois estados: Bahia e Minas Gerais. Uniu um lado e outro, qual laço de fita enfeitando o cabelo da menina-moça. Seguiu a melodia que vinha de dentro do peito, indo em busca do sonho azul. Casou-se com a música, fruto do empenho em tocá-la mais de uma vez. 

O rapazote que muito aprendeu nas viagens, nas rodas de conversa e no próprio tino para os negócios. De tímido não tinha nada, pelo menos, quando postado no palco. Foi ele o poeta cantador, o cancioneiro, o pai de família e o cidadão de bons modos. De músico, tinha quase tudo, para agradar e ser agradado, conforme a ocasião. Brilhava mais que o lustre do salão de festa. Para aqueles que o viu, alguma vez, nas fotos da época, o tem na lembrança como um homem educado, metido em terno preto e gravata de cetim, além do instrumento musical. O trabalho lhe era sadio, uma espécie de aprendizado a moda antiga. 

Fez desta arte a sua sina, dando-lhe a elevação merecida na sociedade “montes-clarina”. Não raras vezes, foi o “número 01” nas paradas de sucesso. Compôs e recompôs o refrão, em bonitos acordes. Para tanto, entrou na ala dos grandes vultos da história da música popular brasileira – anos 60. Dito isso, a lembrança se resume em três momentos marcantes: estreia, trajetória e reconhecimento público. Tudo, ou quase tudo, contado por quem de fato e de verdade viveu essa época áurea. Não há lugar para exageros, mas elogios, tecidos em volta deste acervo cultural. 

Montes Claros, sua segunda morada, conhecia e queria conhecer Godofredo, artista do momento, acendendo as luzes da cidade. Possuía um traço particular chamado elegância. Soube aproveitar a oportunidade de levar alegria ao público, dando-lhe flores sem espinhos, perfume sem enjoo, encantos em forma de cantoria. Nesta última, estava o arco-íris depois da chuva. Entre uma canção e outra, a certeza de ter escolhido o rumo certo, quando recém-saído da escola de canto. Gênio da música!

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