Retratos da crise

Leila Silveira* e Délcio Fortes**
11/05/2019 às 07:13.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:36

Não foi só por pura solidariedade que a Chanceler Alemã Angela Merkel tem protagonizado a liderança no processo de recepção e absorção de refugiados sírios no velho continente... Com sua visão de estadista, percebeu uma grande oportunidade na crise de absorver farta mão de obra de alto nível, pois alguém duvida que trata-se da elite intelectual do País em frangalhos quem engrossa diariamente as levas de imigrantes para o Eldorado europeu...? Com sua visão estratégica, ela nos dá uma aula de como fazer de um limão indesejado, uma palatável limonada!

Toda crise tem dois polos magnéticos extremos, dois lados opostos da mesma moeda, onde qualquer um dos atores pode escolher qual o papel deseja representar, tirando proveito dela ou se fazendo de vitima, para ter o que justificar ou molhar de lágrimas a fronha de seu travesseiro...

Para chorar, reclamar, lamentar, ficar triste, desempregado e deprimido, não há necessidade de maiores esforços, razão pela qual a maioria prefere esta confortável postura, mesmo porque não vai lhe faltar companhia, nas esquinas, nos botecos, nos sofás, nas “sessões da tarde” da vida...

Em vez de contabilizar o que perdemos com a crise inflacionária, porque não procurar um ganho extra, uma atividade paralela, uma renda complementar para cobrir a perda irreparável?

Em vez de só criticar a crise política, porque não cobrar de seu vereador, prefeito, deputado e senador as esquecidas promessas de campanha?

Em vez de lamentar a crise hídrica, porque não mudar seus perdulários hábitos de higiene e consumo, fazendo um uso mais racional dentro de sua própria casa, garagem, passeios, jardins e parar de desperdiçar o que temos de mais precioso neste planeta?

Em vez de ficar reclamando da crise ética, porque não rever seus próprios valores, posturas e comportamentos, que no cotidiano de cada um esconde desvios de conduta, pequenos subornos, assédios dissimulados, favores não contabilizados, receitas indecentes, sonegações silenciosas...

Na verdade a crise é uma explosão de oportunidades, podendo representar uma virada sem precedentes em nossa carreira... Serve para despertar o gigante adormecido que vive dentro de cada um de nós, mas é preciso desapego, é preciso resiliência, é preciso determinação, é preciso entusiasmo, fé e, acima de tudo, coragem, que, como bem disse Guimarães Rosa, “é o que a vida mais pede de nós”!
*Coordenadora do curso de Psicologia da Funorte e Diretora da TransformaSH Ltda.**Engenheiro, Professor universitário e Consultor/sócio da TransformaSH Ltda.

  

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