Mudando a lógica

Leila Silveira e Délcio Fortes
27/04/2019 às 07:12.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:25

No mundo corporativo, o que estamos presenciando é uma verdadeira revolução, especialmente no setor privado, cuja concorrência é saudável e criativa. Da mesma forma, comércio, faculdades, e fábricas “enxugam” o que podem, para continuar com suas portas abertas. Nesse “vale-tudo” em que nos encontramos, surgem muitas receitas prontas, muitas estratégias oportunistas, aparece em todos os segmentos o “Salvador da Pátria” a fim de preservar a empresa de um mal maior que seria o seu colapso interno e fechamento.

É preciso “pensar fora da caixinha”, dizem alguns presentes. É preciso cortar custos na carne, defende o diretor de marketing. É preciso criar novos produtos, defende o diretor de vendas. É preciso baixar nossos estoques, orienta o diretor industrial. É preciso eliminar o que é supérfluo, disparam os gerentes. É preciso concentrar no nosso “core business”, opina o diretor financeiro.

À medida que estas opiniões e sugestões pipocavam no ouvido do presidente da empresa, oscilando seu semblante, ora exultante com uma boa ideia, ora deprimido por não ter sido feito tudo há mais tempo. Diante de tantos argumentos, o presidente tentava manter-se calmo e receptivo, ao mesmo tempo em que indagava a si mesmo:

– Se esta crise vem acontecendo há meses, por que não fizemos antes? Por que deixamos cair resultados, se os indicadores registravam as quedas? Para que implantamos a Gestão a Vista? Por que deixamos a “vaca atolar no barro” para depois tentar em vão salvá-la? Onde foi que nós erramos?, pensou antes de deixar a sala acabrunhado.

Aparentemente ele deixou transparecer que a culpa era de seus subordinados, embora no fundo soubesse ser sua toda responsabilidade. E que responsabilidade! Sabia que para eliminar o desperdício, para aumentar produtividade, melhorar a autoestima do pessoal, melhor atender aos clientes, melhorar a administração financeira, teria que implantar um sistema novo de gestão.

Sabemos que para construir um novo modelo, temos que desconstruir o que não está funcionando bem, temos que romper com o existente, o que fatalmente pode gerar conflitos, mal-estar e reclamações. Não se pode reconstruir em bases solapadas e fundações comprometidas.

O primeiro ato que fez foi o de reunir todos os funcionários e expor da forma mais transparente, numa linguagem acessível, a tragédia que se instaurou na empresa. O presidente deixou claro que mudanças haverão de ocorrer, mas de forma equilibrada para não querer “matar uma formiga com um tiro de canhão”. Porém, a estratégia master é a de que a mudança teria que vir de dentro para fora. Todos deveriam se comprometer e se engajar ao trabalho dos grupos escolhidos. Deixou claro ser dele a responsabilidade, e que não haveria caça aos “culpados”!

Todos se comprometeram em sair do vermelho, mas também aumentar em 25% os ganhos de faturamento em até seis meses. O contrato foi desfeito em comum acordo, porque em três meses a meta foi atingida!

Cuide bem de sua empresa!

  

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