“Ver si ficando vamos” é o título do livro de poesia de Corby, o saudoso Corbiniano Rodrigues de Aquino. E ele chega às nossas mãos através de seu neto Reinaldo Corby, com a tarefa promissora de publicá-lo. Imediatamente, iniciamos a leitura e sentimos o deleite espiritual que nos transporta aos céus, à sublimação, na perspectiva de um lirismo enternecedor e tão útil hodiernamente. Trata-se de uma coletânea de poemas inéditos.
Do autor, já foram publicados dois romances: “Aconteceu em Serra Azul” e “Aconteceu”. Fora isso, alguns de seus escritos foram publicados nas Antologias da Academia Montes-clarense de Letras e nos jornais da cidade. Estes livros lhe conferem o galardão de exímio poeta e romancista.
Portanto, caríssimo leitor, ver se ficando vamos nos inebriar no perfume dos versos do saudoso Corby, que, florindo de puro lirismo, é uma das mais belas páginas da nossa literatura montes-clarense.
Esta obra se divide em três partes: os poemas, os sonetos e as quadras. No primeiro momento, o autor se revela um verdadeiro apaixonado pela sua musa e, muitas vezes, não correspondido. É verdade que a figura poética nem sempre retrata o estado emocional da escrita, ficando para o leitor a faculdade de raciocinar e compreender as mensagens dissimuladas em cada verso.
O pensamento filosófico e a arte literária contidas nesta obra revelam a erudição do autor, não obstante o seu medo de amar. Aliás, todo poeta sofre dessa enfermidade amorosa em que o receio de não ser correspondido lhe maltrata sistematicamente.
Com efeito, em estilo peculiar, escorreito, o autor nos oferece um rosário de sonetos. São apenas oito deles, mas o suficiente para avalizar essa nossa afirmativa. O tema “amor” é parte indissolúvel das elucubrações fantasiosas, sem prejuízo para o sério e obstinado estado amoroso e espiritual do autor. Ora, são escritos como este que revelam o desejo, a paixão, o devaneio, a saudade, as lembranças e todos os males que os poetas sofrem em versificar. Portanto, “ver si ficando vamos” com o coração percuciente com as setas do cupido.
Na terceira parte do livro estão as trovas ou quadras. Mais de uma centena delas, elaboradas com cuidado, carinho e amor.