Arqueologia norte-mineira

25/09/2021 às 00:03.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:56

No princípio era tudo um grande mistério. Nada que havia no subsolo do Cerrado brasileiro tinha o conhecimento do homem e da ciência. Aqui, no Norte de Minas, em especial a região de Coração de Jesus, a natureza se incumbiu de preservar os restos mortais dos animais pré-históricos que viveram nos rios, nas montanhas rochosas, nas cavernas e nas matas existentes antes mesmo de se tonar tudo isso no imenso Cerrado de João Guimarães Rosa. O homem primitivo, talvez, não tivesse a importância que sempre mereceu para ilustrar a origem humana do povo norte-mineiro.

Assim, o dr. Simeão Ribeiro Pires e o estudioso naturalista José Alves de Macedo, em constante procura de sinais, ou de vestígios da existência em nossa região do homem primitivo, de postura ereta conhecido como Homo erectus, não lograram muita sorte nas suas investidas. 

Entretanto, Macedo foi mais afoito, e encontrou “os fósseis mais antigos de que se tem notícia no mundo, com 125 milhões de anos, foi a mais recente descoberta no município, batizado oficialmente de Tapuiassaurus macedoi, em homenagem ao historiador Ubirajara Alves de Macedo, que está exposto em São Paulo no museu que é vinculado à USP”.

Ainda o geógrafo Artur Jardim de Castro Gomes (Francisco Sá) e o sr. João Costa (Salinas) tiveram uma participação muito importante nestes estudos. Costa, por exemplo, realizou pesquisas nos sítios arqueológicos de Salinas e trouxe a lume o conhecimento da riqueza do Norte de Minas, com o resgate de urnas funerárias. 

A cerâmica é o material artificial mais antigo produzido pelo homem. Do grego “kéramos” (“terra queimada” ou “argila queimada”), é um material de grande resistência, frequentemente encontrado em escavações arqueológicas. Ainda sobre os fósseis e outros vestígios das eras geológicas da Terra, a bibliografia montes-clarense consta apenas com três livros que versam esta temática: dois do dr. Leonardo Álvares da Silva Campos (“O Homem Primitivo no Norte de Minas” e “A Inacabada Família Humana”) e o outro de minha autoria – “A Arte Rupestre no Médio São Francisco”. Além de vários documentários a respeito do mesmo assunto, publicados nas Revistas do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros.

Observa-se que uma nova categoria de pesquisadores surgiu para aprofundar nas pesquisas da paleontologia: Leonardo Álvares da Silva Campos e Ubirajara Alves de Macedo, este que vasculhou o Cerrado de Coração de Jesus e lá encontrou os fósseis de um titanossauro que “depois de longo estudo, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) concluíram que os fósseis eram de um titanossauro de aproximadamente quatro metros de altura e 10 toneladas de peso, que acabou batizado com o nome de Tapuiasaurus macedoi” – em referência aos índios tapuias que habitavam a nossa região e ao sobrenome de Ubirajara (o Bira).

A arqueologia norte-mineira é composta por artefatos de pedra, lascada e polida, de cerâmica, laivos de plantas, amostras de solo, resquícios de fauna e urnas funerárias, com destaque para a região de Coração de Jesus, devido às contínuas pesquisas realizadas pelo ilustre professor Ubirajara Alves Macedo.

Em tempo: estamos agilizando os últimos preparativos para a conclusão do Museu da Arqueologia e da Etnologia de Montes Claros, para homenagear o ilustre associado Leonardo Álvares da Silva Campos. 

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