Aldemar Marques da Silva

01/05/2021 às 00:18.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:49

Em pouco tempo, o Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros perdeu para a Covid-19 três dos seus associados efetivos: Aldemar Marques da Silva, Harlen Soares Veloso e Américo Martins Filho. 

Em conformidade aos confrades Harlen e Américo, eles revelavam as suas preferências como pesquisadores e estudiosos da história regional e da genealogia. Por outro lado, o jovem Aldemar, que era gestor ambiental, foi um defensor aguerrido do meio ambiente da cidade em que nasceu. 

Ainda com relação a Aldemar, podemos dizer que em toda parte era ele um vencedor. Por que? Porque possuía ele, na verdade, uma vontade indomável de vencer todos os obstáculos que ousassem lhe atravessar o caminho do sucesso. 

No Instituto Histórico ele permaneceu pouco menos de três meses, mas o suficiente para deixar uma infinita saudade entre os seus pares. 

Nota-se que Aldemar fazia uso de todos os métodos para compor a sua primeira e única obra literária: o “Senhor do Castelo”, um livro em que “o leitor tem em mãos uma obra produzida por um escritor novato, mas dotado de uma capacidade incrível de retratar os meandros da vida no sertão-mineiro e goiano do início do século XX, através de muitas histórias de vida que se cruzam”. 

Sabemos, ainda, que ele era dotado de uma espiritualidade criativa semelhante às de alguns escritores do Instituto Histórico e Geográfico e, por essa razão, a sua partida tão inesperada causou-nos uma interrogação sem precedentes no mundo da literatura.

No egrégio Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, o escritor Aldemar Marques da Silva ocupava a cadeira número dois, que tem como patrono o saudoso Dr. Alfredo de Souza Coutinho. 

A sua cadeira será ocupada por força do Estatuto, mas a sua lembrança, esta jamais será esquecida, haja vista que ela já se encontra registrada nos anais do nosso egrégio Instituto Histórico e Geográfico. 

Por fim, inesperadamente, o jovem Aldemar passa a ter a sua fala em silêncio, em virtude da Covid-19, onde uma onda de admiradores somente pode lhe aplaudir pela sua vitoriosa carreira de professor universitário, sem ao menos exibir, para tanto, o seu testemunho de amor e de fé. 

O nosso Instituto Histórico e Geográfico está de luto. De luto uma, duas e três vezes neste fatídico cenário da pandemia do coronavírus. No álbum fúnebre do Instituto, onde Alphonsus Guimaraens registrou num epitáfio para o túmulo de um amigo, foi assim gravado: “A morte vem de manso, em dia incerto e fecha os olhos dos que têm mais sono...”. 

Mas nada poderá apagar a magnitude de seus sonhos, quando cumpriu tão nobremente a sua missão em prol do desenvolvimento das pesquisas, com a integridade e a dignidade que hoje merecem para sempre a gratidão dos seus amigos e confrades de Instituto. 

Aldemar Marques da Silva nasceu no dia 18 de junho de 1976, nesta cidade de Montes Claros. Era filho de Domingos Marques da Silva e de dona Maria Rosa Marques da Silva. Foi casado com Márcia Aparecida Pereira Silva e pai de duas crianças. Desde muito pequenino que a natureza lhe encantava, sobremaneira, com o voo dos pássaros, com o perfume das flores, com a luz do dia e o luar da noite. 

A sua fé religiosa, que o acompanhava durante as suas orações diárias, fora o motivo de profundo silêncio para a sua bondosa alma.

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