A população abomina vereadores gazeteiros. Afinal, foram eleitos e são bem remunerados para trabalhar. Ponto.
No entanto, movidos por motivos os mais diversos, muitos “matam” o serviço ou o fazem de forma “afrancesada”. Depois de assinarem presença e garantir dividendos, sem qualquer subtração no fim de mês, abandonam as sessões sem que ninguém perceba. Como fantasmas.
A estratégia é histórica e caduca em seguidas legislaturas montes-clarenses, mas, ontem, o famigerado expediente quase chega ao fim.
Quase. A maioria dos vereadores não deixou: derrubou projeto que exigia sua permanência até o fim das sessões sob pena de serem punidos com subtrações salariais. Aí vingou a velha máxima: mexeu no bolso alheio é fria. E o projeto foi para as calendas.
Dezenove votos a nove.
O que se viu em seguida foram descomposturas parlamentares e o ambiente só não se transformou em faroeste por conta da salvadora “turma do deixa disso”.
Inconformado com a derrubada da matéria, o autor partiu para a ofensiva. Do microfone da tribuna radicalizou: apontou o dedo para os colegas de plenário acusando-os de integrarem uma “Casa corrupta” e “manipulada pelo seu presidente”.
O efeito da locução foi devastador. Os ofendidos resolveram acionar a Comissão de Ética, da qual, inclusive, o vereador faz parte, para dar parecer sobre o episódio, aliás, análogo a outro ocorrido em Pirapora, quando um vereador comparou o então legislativo a um covil de bandidos, onde ninguém trabalhava seriamente. Lamentável. Tanto quanto foi por lá como está sendo por aqui.
Acusação de que o legislativo municipal é corrupto nos remete a episódio em Pirapora, cuja Casa foi comparada a um covil de bandidos