O período de chuvas passou, a estiagem já deu o ar da graça, mas os problemas provocados pelas águas do início do ano ainda persistem em Montes Claros. Começa e termina o mês e os moradores não veem a prefeitura realizar as obras de recuperação de pontes e estradas que foram danificadas pelas tempestades.
Os problemas vão desde a zona rural até a área nobre da cidade. No campo, os moradores denunciam a falta de investimentos municipais há meses: vai desde a falta de construção de pontes à melhoria nas estradas de acesso à cidade. Situações que comprometem a mobilidade da população e o escoamento da produção agrícola nessas localidades, gerando prejuízo aos pequenos produtores.
No distrito de Aparecida do Mundo Novo, a ligação com a cidade e outros distritos e comunidades rurais, como São Pedro das Garças e Canabrava, está comprometida desde o início do ano. Para se deslocarem, os moradores precisavam usar uma rota alternativa que aumenta a viagem em 40 minutos, aumentando também o custo da mesma, o que acaba refletindo, por exemplo, no preço dos produtos.
Outra perda para a comunidade é que, sem a ponte e com a exigência de um percurso mais longo, os ônibus reduziram drasticamente a frequência da circulação - as viagens que antes eram diárias, passaram a ser feitas apenas duas vezes por semana.
Um isolamento compulsório que compromete a economia, a educação e a saúde dos integrantes dessa comunidade.
Mas a falta de compromisso do Executivo municipal não é apenas com a zona rural. Em plena área nobre da cidade, moradores convivem com uma ponte interditada há meses. E já afirmam que não têm esperança de ver o problema resolvido pela atual gestão. Alegam que estão cansados de ouvir desculpas pelo adiamento das obras.
No entanto, o vereador Ildeu Maia diz que em áreas de interesses eleitoreiros da prefeitura, há trabalhos de infraestrutura sendo realizados.
O que a população quer, em um período já com tantas adversidades em função da pandemia do coronavírus, é que o direito de cada um de ir e vir e de viver com qualidade seja respeitado. Que cada agricultor possa ter acesso ao mercado consumidor, o que garantirá a renda da família. Que o acesso aos serviços de saúde não tenha que depender de uma rota alternativa 40 minutos mais longa. E que os investimentos na cidade não sejam feitos pensando em eleição e os votos que serão depositados nas urnas.