Em qualquer administração pública, a essência deve ser a transparência de seus atos para que os cidadãos saibam das decisões que toma - que de uma forma ou de outra interferirão em suas vidas. A assessoria de comunicação, nesses casos, tem um papel que deve se exemplar: informar, sem deformar o conteúdo da informação, tornando-a “confortável” para seus interesses. Às vezes, nem isso acontece. Simplesmente a informação é negada. E, nessas ocasiões, não faltam nem mesmo doses de ironia de quem sonega o esclarecimento público.
Um exemplo disso foi capturado dias atrás por uma emissora de televisão que ligou para a assessoria de comunicação da prefeitura de Montes Claros em busca de informação sobre determinado assunto. A conversa foi gravada pelo repórter e divulgada na programação da emissora, revelando a indiferença do interlocutor que, não sabendo da gravação, até ironizou o interesse pela informação, acrescentando que também não haveria outra pessoa para satisfazer a curiosidade do repórter. Ontem, o desinteresse em informar também foi repetido por secretário procurado pela reportagem de O NORTE para falar sobre os ônibus escolares que não estariam atendendo estudantes com necessidades especiais por estarem quebrados há mais de dois meses. O secretário afirmou desconhecer a questão e desautorizou que outros servidores falassem ao jornal. Mais tarde, porém, com voz de quem se preocupou, retornou ligação. Desta vez, confirmando que realmente o transporte dos alunos excepcionais estava interrompido por conta dos veículos quebrados. Demorou um dia para que a prefeitura confirmasse o que todos já sabiam. Não é um bom exemplo.