O quadro que se desenhava há alguns meses acabou se confirmando nessa semana. O índice de infestação do mosquito Aedes Aegypti em Montes Claros mais que dobrou em relação a outubro do ano passado e é quatro vezes maior do que o registrado há pouco mais de um ano. A cidade entrou para o grupo de municípios com alto risco de uma epidemia de dengue, zika ou chikungunya. Destacamos durante todo o ano passado vários indícios de que isso iria acontecer.
Uma parcela da responsabilidade é, sim, dos moradores, que se descuidam no combate aos focos em casa –mas não é a maior parte. Faltou vigilância, mobilização e um trabalho educativo por parte do poder público municipal para evitar esse quadro de risco iminente para a população.
Se a prefeitura não considera que tenha responsabilidade, porque somente agora intensificou a prevenção nos bairros com maior infestação? Por que isso não foi feito no ano passado, quando o LirAa já mostrava um quadro preocupante?
O montes-clarense mais atento vai perceber quanto o que acontece na cidade e é passível de crítica, de 12 meses para cá, é culpa da prefeitura. A falta de grandes obras, os arrombamentos de prédios públicos, o caos na saúde e, agora, a multiplicação de focos de mosquitos foram heranças de gestões anteriores. Estamos em janeiro de 2018, não de 2017.
Administrar uma cidade como Montes Claros é um desafio gigante e que necessita de gente preparada para enfrentar as dificuldades e superá-las, com planejamento e criatividade. Quem fica sentado na cadeira apontando para trás esquece de olhar para frente e pensar no futuro dos cidadãos.