A situação realmente não é boa para os municípios brasileiros em termos de arrecadação. A crise econômica parece já ter saído do pior momento, mas a retomada de uma economia do tamanho e complexidade da brasileira é sempre lenta e ainda estamos longe de uma recuperação total.
Com menos dinheiro, é preciso avaliar bem como gastá-lo e onde serão feitos os cortes. Nas empresas e em casa é mais fácil identificar os supérfluos, mas no serviço público não é tão simples. Muitas vezes, um serviço pode parecer dispensável de dentro de um gabinete, mas é extremamente importante para uma determinada comunidade ou região.
A paralisação dos centros de convívio há pouco mais de um ano tem impacto significativo para as famílias que usufruíam dos serviços. Mostramos hoje a tentativa de movimentos e da comunidade da Vila Atlântida de ter de volta o espaço.
Não era apenas um gasto de pessoal ou de material de uma secretaria. O centro era a oportunidade de famílias carentes buscarem formação em alguma profissão, de onde conseguem tirar o sustento pelo trabalho. Além disso, o local oferecia aos jovens uma referência para buscar o lazer e a cultura e se proteger do crime e das drogas.
Hoje, o prédio que há um ano era ponto de encontro para a cidadania abriga lixo e viciados. Tudo isso em nome de uma economia de recursos em que pessoas e projetos são apenas números em planilhas.
Reativar o centro de convívio não é aumento de gastos. É investimento na formação de pessoas para uma vida mais digna e feliz, e com retorno garantido.