Só quem teve um câncer ou conviveu com uma pessoa próxima com a doença sabe como esse é um mal que afeta não só o paciente como todos o que estão à sua volta. Mesmo para as pessoas que, hoje, estão curadas, o desafio do tratamento deixa marcas físicas e psicológicas para a vida inteira.
E todo esse sofrimento pode ser evitado com atitudes que visam identificar qualquer sinal do câncer precocemente. Por isso, os exames preventivos são essenciais para evitar o sofrimento de tanta gente.
Mas essa não parece ser a preocupação do setor de saúde de Montes Claros neste momento. Em pleno mês de conscientização de homens para realização de exames na próstata, a rede de saúde do município não possui médicos e nem equipamentos suficientes para atender à demanda, segundo denuncia o vereador Doutor Valdivino. Somente em um posto a fila é de 60 pessoas.
Entre eles, certamente, pode haver dois ou três com risco de desenvolver a doença, e esse tempo de espera é precioso demais para uma tratamento.
Detalhe que a mesma dificuldade sofrem as mulheres em relação às mamografias, o que indica que o descaso e o desrespeito fazem parte do modelo de gestão aplicado atualmente na cidade.
Toda demanda de saúde é urgente para quem precisa. É um setor em que não é lugar de contingenciamento ou de redução de investimentos. Quanto mais a crise aperta, mas a população procura o serviço público gratuito. Em casos de políticas de prevenção ao câncer qualquer economia pode significar uma vida perdida e várias impactadas.