Desalento

28/05/2021 às 00:13.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:02

Mesmo usando a criatividade para se reinventar profissionalmente, os brasileiros não têm sido capazes de diminuir os índices de desemprego. Se antes da pandemia a economia já não estava em perfeita saúde, provocando o desemprego crescente, com a pandemia e a economia ainda mais doente, o desemprego atingiu taxas recordes. É o que mostram os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desemprego no Brasil atingiu recorde de 14,7% no primeiro trimestre de 2021. É o maior índice de desemprego já registrado pelo instituto, para este mesmo período, desde o início da pesquisa, em 2012. 

O número de desempregados também bateu um novo recorde, já que os 14,3 milhões de pessoas registradas no último trimestre de 2020 subiram para 14,8 milhões. E as más notícias não param. O número de subutilizados superou todas as taxas anteriores, chegando a 33,2 milhões contra os 32,4 milhões anteriores. Já os chamados “desalentados”, não contabilizados como desempregados, somam 6 milhões. 

Os números são frios, mas refletem o agravamento da crise social. Já não é mais possível olhar friamente para essa realidade, para as porcentagens, sem imaginar as pessoas, as famílias, as vidas por trás desses dados. As pessoas que compõem essa estatística, infelizmente, na sua maioria, compõem outras estatísticas que mostram o tamanho do buraco em que a pandemia nos enfiou, as estatísticas da pobreza e da fome. Sim, esses números representam cidadãos que estão nas ruas pedindo um prato de comida, morando embaixo de lonas e marquises, ou, literalmente, morrendo de fome em algum canto do país.

Tanto quanto cuidar da saúde e dos doentes, faz-se urgente cuidar da economia e do cidadão que, ao perder o emprego, perdeu a capacidade de sustentar a si e à família, perdeu a dignidade e, sozinho, não terá condições de se reerguer. Sabemos que todos estão lutando, muitos, inclusive, lutando várias guerras simultaneamente, mas é preciso, mais do que nunca, estender a mão e ajudar a levantar, principalmente, quem tem fome.

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