A Petrobras, indiferente à pandemia e ao caos econômico que o vírus provocou no país, onde o número de desempregados é catastrófico e o poder de compra já não compra, anuncia mais um aumento dos combustíveis. O bolso do cidadão já não suporta mais tantos reajustes, tantos impostos e tanto descaso... Só em 2021, em menos de dois meses, a gasolina sofre o quarto reajuste, acumulando uma alta de 34,78%. O diesel, por sua vez, já acumula uma alta de 27,72%, enquanto o gás, que também serve de combustível, atinge 11,1% de aumento nos primeiros dois meses do ano.
Nem mesmo a ameaça de greve por parte dos caminhoneiros, responsáveis por praticamente 99% do transporte de toda e qualquer mercadoria no país, foi capaz de conscientizar os que comandam a estatal, que, teoricamente, pertence aos brasileiros.
Ante tão grande insensibilidade, só resta ao brasileiro preparar o bolso para absorver esse quarto aumento, que deve ser de 10,2% para a gasolina e de 15% para o diesel. A alegação de que a alta determinada pela Petrobras não é muito dentro da complexa conta de intermináveis impostos e duplas, triplas e tetras taxações, que determina o valor final dos combustíveis, em nada ajuda no já combalido poder de compra dos brasileiros.
Ao que parece, espera-se que o brasileiro retroceda, volte a cozinhar em fogões a lenha, volte a se locomover de bicicleta ou a pé. Isso porque os inúmeros impostos cobrados, não apenas nos combustíveis, mas desde a água a produtos considerados supérfluos, nunca, jamais, em tempo algum, são utilizados para, por exemplo, oferecer ao cidadão um transporte público de qualidade, o que poderia, de certa forma, aliviar um pouco o bolso em tempos de gasolina a preços abusivos.
Enquanto o socorro, a consciência coletiva e a defesa dos mais fragilizados socialmente e economicamente não acontecem no país verde e amarelo, o cidadão segue se sentindo mais e mais extorquido, não apenas em seu bolso, mas em seus direitos fundamentais de cidadania. Até quando, hein?!