Cartõe$ do governo

07/10/2021 às 00:01.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:01

O governo federal passou a faca nos cartões corporativos usados por funcionários da administração. A redução é expressiva, de 45,5%: em 2017 eram 6.235 corporativos; foram 6.077 em 2018; 5.306 (2019); 4.485 (2020) e este ano são 2.839. O presidente Jair Bolsonaro dá uma de esperto. Cortou as unidades, mas os gastos seguem altíssimos. Até mês passado, os cofres públicos bancaram mais de R$ 131,46 milhões em custos da turma das compras. Em todo o ano de 2020, foram R$ 170,79 milhões. A Secom da Presidência não respondeu o porquê da redução dos corporativos e quais setores do governo tiveram cartões cancelados.

Repulsa
Além de políticos, em especial do MDB, a peregrinação do ex-presidente Lula por Brasília nesta semana inclui encontros reservados com empresários e ex-ministros. 
 
Cartão de visita
Lula avalia lançar uma versão atualizada da Carta Ao Povo Brasileiro, que pavimentou o caminho para a coalizão de sua vitória em 2002. Mas tem uma Lava Jato na Era PT. 
 
Não pode
Dona Michelle Bolsonaro tem agenda de candidata – há quem a aponte ao Senado pelo DF –, mas a Lei não permite por ser esposa do presidente da República.
 
Economia x Planalto
Com o Auxílio Brasil emperrado no Congresso Nacional, a equipe econômica do governo, a contragosto e sob restrições orçamentárias, conclui nesta semana estudos que vão alinhar a prorrogação do pagamento do auxílio emergencial até pelo menos abril de 2022, ano eleitoral. 
 
Resistência interna
O chefe da pasta, Paulo Guedes, e o secretário do Tesouro, Jeferson Bittencourt, tentaram resistir à ala política do governo. Mas recuaram após o presidente Bolsonaro verbalizar a prorrogação. Sobre os estudos, o Ministério da Economia, procurado pela Coluna, é lacônico: “Não vamos comentar”. Internamente, Bittencourt comenta que o “governo tem ‘fortes restrições’ para renovar o auxílio emergencial”.
 
Terras da Faroeste
Agricultores do Oeste da Bahia reclamam da resistência do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos em emitir cadastro ambiental rural para fazendas alvos da Operação Faroeste – que investigou grilagens. Algumas já foram restituídas aos donos, depois de decisões do Conselho Nacional de Justiça. Mas o Inema não libera o plantio.
Cinturão
Os agricultores dizem que o Inema, um órgão do governo estadual, impõe dificuldades por questões políticas. Sem a “licença”, mais de 60 mil hectares de terra estão ociosas. A região é um dos celeiros agrícolas do país.
 
Paraísos
Relator da proposta que altera o Imposto de Renda, o deputado Celso Sabino (PSDB-PA) cogitou incluir no seu parecer – aprovado pela Câmara em setembro – uma regra para endurecer a taxação de recursos de brasileiros em paraísos fiscais. O trecho, no entanto, foi excluído após pressão da equipe econômica. 
 
Ah, Guedes...
Sabe-se, agora, que o ministro Paulo Guedes tem offshore milionária nas Ilhas Virgens Britânicas. Mas o tucano garante que retirou a regra porque países da OCDE não a aplicam. Não é verdade. A França, por exemplo, taxa recursos em paraísos fiscais. O texto da reforma do IR tramita no Senado e o relator, Angelo Coronel (PSD-BA), já avisou que pretende retomar este ponto. 
 
Jaleco unido
O escândalo envolvendo a operadora de planos de saúde PreventSenior, investigada na CPI da Pandemia, fez médicos de todo o país se unirem pela renúncia ou afastamento de todos os membros da diretoria (bolsonarista) do Conselho Federal de Medicina.
 
Bisturi afiado
Em manifesto assinado por profissionais da Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia, Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares e Coletivo Rebento/Médicos em Defesa da Vida, da Ciência e do SUS, o CFM é chamado de “aético” ao alimentar e defender argumentos para justificar o uso de medicamentos sem comprovação científica e com efeitos colaterais importantes.​

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