Os benefícios do Cadastro Positivo

José César da Costa - presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas
Hoje em Dia - Belo Horizonte
11/04/2018 às 19:45.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:17

 
Diariamente, a cena se repete Brasil afora. Consumidores e pequenos empresários que, hoje, sentam-se à frente de um gerente de banco em busca de empréstimo, encaram uma verdadeira via-crúcis de exigências e juros difíceis de pagar. Os noticiários avisam que a taxa básica Selic está em 6,5% ao ano, mas esse percentual passa longe de quem efetivamente precisa de crédito, na ponta.

Uma das principais dificuldades para que cidadãos e empresas pequenas acessem linhas de financiamento e empréstimos é a burocracia dos bancos, causada pela falta de informação. Na maioria das vezes, quem empresta não sabe se quem está pedindo empréstimo é um bom ou mau pagador. Sendo assim, partem da perspectiva pessimista ao realizar suas avaliações.

Ainda pouco conhecido da maioria dos brasileiros, o novo Cadastro Positivo, quando aprovado, ajudará a mudar esse quadro de burocracia, falta de flexibilidade dos prazos para pagamentos e juros altos. As propostas para alteração no atual sistema estão contidas no projeto de lei complementar 441/17, que tramita na Câmara dos Deputados e terá de retornar para nova apreciação na sua casa de origem, o Senado Federal.

A principal mudança é que todos os portadores de CPF e CNPJ do país terão suas informações sobre históricos de pagamento disponíveis nesse cadastro. Atualmente, a Lei do Cadastro Positivo (12.414/11) prevê o inverso: é preciso autorizar a entrada no banco de dados que, atualmente, conta com apenas 8 milhões de inscritos. Com a mudança, a expectativa é que cerca de 130 milhões de brasileiros passem a compor o cadastro. Quem não quiser permanecer deve solicitar a retirada de seus dados, gratuitamente, até 30 dias após ser comunicado da inclusão.

O Cadastro Positivo terá não só informações bancárias, mas também sobre uso de crediário e pagamento de contas de luz e água, por exemplo. Dessa forma, alguém que nunca pegou empréstimo no banco ou não possui cartão de crédito poderá ter seu perfil financeiro identificado pelo mercado. E os bons pagadores poderão ter acesso a taxas de juros mais atraentes e melhor negociação quando precisarem de crédito nas instituições financeiras.

O projeto de lei ainda garante a privacidade do consumidor e seu sigilo bancário. Informações sobre o local do crédito ou o que foi comprado não podem ir para o cadastro e o cidadão terá acesso gratuito às informações. Será uma lei positiva e benéfica que atende a um direito do consumidor, pois terá como consequência a redução da burocracia e dos juros bancários – afinal, com a popularização do Cadastro Positivo, aquele que empresta terá mais condições de fazer uma análise justa e apropriada da pessoa física ou jurídica em busca de empréstimo. 

Para se ter uma ideia, segundo o Banco Central, atualmente 22 milhões de brasileiros têm uma pontuação baixa de crédito devido à insuficiência de informações sobre a sua capacidade de pagamento. São os “falsos negativos”: em sua maioria, bons pagadores que precisam de empréstimo, podem honrar a dívida, mas não conseguem comprovar a sua condição. 

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