Menopausa precoce

Cláudia Navarro*
Hoje em Dia - Belo Horizonte
11/07/2018 às 06:44.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:20

Menopausa precoce é uma condição que ainda desperta diversas dúvidas, inclusive sobre a possibilidade de uma gravidez utilizando técnicas de reprodução assistida. Até alguns anos, a própria menopausa era um assunto pouco abordado, tanto na literatura científica como na leiga. Os sentimentos das mulheres em relação a essa época de suas vidas eram, em grande parte, negativos, decorrendo principalmente das alterações corporais que costumam ser características dessa fase.

Com o passar dos anos e os avanços da medicina, esse período da vida feminina passou a ser discutido e ganhou espaço em diversos meios. Entretanto, a menopausa precoce ainda é um termo pouco explorado no dia a dia, mesmo sendo uma realidade para muitas mulheres.

Antes de falarmos sobre menopausa precoce, é importante esclarecer que climatério e menopausa possuem significados diferentes. O primeiro é uma fase de limites imprecisos na vida feminina, ou seja, compreende a transição do período reprodutivo para o não reprodutivo, envolvendo a pre, peri e pós menopausa. Já a palavra “menopausa” se refere à última menstruação.

Aproximadamente três milhões de mulheres em todo o mundo sofrem com menopausa precoce, isto é, antes dos 40 anos. Normalmente, a parada de funcionamento dos ovários por esgotamento dos folículos ocorre quando a mulher está entre 45 e 55 anos de idade.

Além de anomalias cromossômicas, vários fatores podem levar à menopausa antes da hora. Dentre elas, algumas doenças autoimunes. Determinados tratamentos usados no combate ao câncer, como quimioterapia e radioterapia também podem levar a uma diminuição na reserva ovariana.


Quanto antes diagnosticada a menopausa precoce, menores serão as consequências. Como prevenção, é fundamental que a mulher mantenha uma vida com atividades físicas regulares e uma dieta rica em cálcio e pobre em gordura, para ajudar a evitar problemas gerados pela ausência dos hormônios. 

Algumas terapias são eficazes para combater os sintomas e as consequências da menopausa precoce. Mas é bom esclarecer que a terapia de reposição hormonal pode ajudar no alívio dos sintomas incômodos do climatério, mas não tem eficácia quando a intenção é engravidar.

A ciência ainda não descobriu uma técnica capaz de recriar óvulos após seu esgotamento, e, assim, evitar a menopausa precoce. Mas, no caso de desejo de gravidez, a alternativa é se usar as Técnicas de Reprodução Assistida por meio da doação de óvulos.

Nos casos em que se pode prever uma possível menopausa precoce (quimioterapia, por exemplo), uma alternativa é a preservação dos óvulos antes de seu esgotamento. Nesse sentido, o método atualmente utilizado é o congelamento dos óvulos. O congelamento de fragmentos de tecido ovariano, que contém os óvulos, ainda é considerado experimental, mas apresenta uma opção promissora para o futuro. Os óvulos serão posteriormente descongelados e fecundados in vitro.

*Gnecologista, especialista em reprodução assistida e diretora clínica da Life Search

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