Excesso de autoconfiança

Mara Narciso - Médica e jornalista
O Norte - Montes Claros
14/01/2020 às 09:51.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:17

Não são muitos, mas, os melhores que todo mundo desarranjam o equilíbrio social. Algumas pessoas sentem-se superiores aos outros mortais. Protestem, mas as questões raciais, sociais, intelectuais e econômicas separam as castas brasileiras, e alguém, por ter pele clara, se vê acima de quem tem pele escura. E que estes devam aceitar qualquer coisa. Ninguém deve aceitar maus-tratos.

Na internet é comum se falar de empatia e tolerância, mas isso não ultrapassa os símbolos gráficos. Ali, muitos se vestem de bons moços, mas provocam discussões e destilam ódio. Na vida real, a pessoa se arma de arrogância, especialmente, se lhe é dada supremacia para decisões. Isso acontece com autoridades, políticos, patrões, religiosos, familiares e amigos. Com isso, alguns perdem o bom-senso.

A escalada de feminicídios mostra que os poderes dados ou conquistados podem subir à cabeça, e o desequilíbrio de forças dentro do casal implanta um domínio muscular, afetivo e financeiro. Quem vê a situação de pancadaria (que tende a começar na forma verbal) reincidente quer saber o motivo de a oprimida não fugir daquilo. O eclodir das mortes mostra o incontrolável da situação. O poderoso homem não aceita rejeição. Ser rejeitado é situação aflitiva, e é preciso lidar com isso. Muitos não serão aprovados no emprego, amor, urnas e vestibular. Queiramos ou não, estamos sob o escrutínio da aprovação social.

Quando alguém tem uma alteração de comportamento e a isso se associa uma diferença de poder entre ela e outra pessoa, pode querer passar a régua, e na primeira oportunidade escancarar defeitos. Os prepotentes esmagam quem esteja dependente.

Na política, as boas intenções costumam desaparecer após as eleições. Em algum tempo, o vencedor altera seus propósitos e negocia para se manter no poder. Gente costuma ser assim, e, quando nunca teve mando, quando tem, fere, se tornando um déspota. Isso se dá também em casamentos, dos quais é preciso sair. Em algumas situações sociais, é melhor ser diplomático, para manter o convívio de forma civilizada. Em vez de rasgar, aguardar. E que a outra pessoa tenha sensibilidade e pare de agir de forma tirana. Há quem não perceba o estrago dos próprios atos e tem de ser alertada.

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