Alimentos cítricos e endometriose

Agnaldo Lopes - Médico ginecologista
Hoje em Dia - Belo Horizonte
02/05/2018 às 05:59.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:37

Não é preciso ser formado em saúde para saber que os alimentos são importantes e a principal fonte para a nutrição. Os alimentos também são utilizados como remédios paliativos e preventivos, exercendo um papel fundamental para a manutenção da qualidade de vida e bem-estar em decorrência do bom funcionamento dos órgãos. 

Um estudo realizado pela Universidade de Oxford, por exemplo, revelou que a ingestão de frutas cítricas auxilia na redução das chances para desenvolvimento de endometriose. A doença afeta cerca de 6 milhões de brasileiras e é uma das principais causas da infertilidade feminina.

A patologia se caracteriza pela presença do tecido que reveste o interior do útero, chamado endométrio, em outros locais como as trompas, ovários, intestinos e bexiga. Os principais sintomas são a dor pélvica, a constipação intestinal, menstruação excessiva e, principalmente, as cólicas menstruais com altos níveis de dor que podem, inclusive, causar desmaios.

O problema provoca desconforto físico e afeta a vida social e profissional feminina, pois por diversas vezes elas têm que se ausentar dos eventos sociais e/ou ambiente de trabalho para cuidar da saúde ou ficar em casa de repouso até os sintomas e crises abrandarem. 

Não é raro o caso de mulheres que foram demitidas em função das ausências mensais decorrentes dessa situação.

O estudo de Oxford ainda apontou que as mulheres que passaram a consumir uma porção de frutas cítricas diariamente tiveram redução de 22% no risco de desenvolvimento de endometriose em comparação a quem comia o alimento menos de uma vez na semana. 

Os pesquisadores explicaram que o grande responsável por tal feito pode ser a beta-criptotanxina com sua ação anti-inflamatória.

O estudo ainda demonstrou que os vegetais como a couve-flor, brócolis e couve aumentam as chances de desenvolvimento da doença em 13%. Entretanto, ainda são necessários mais estudos para confirmar essa associação. 

Apesar do dado negativo, não se deve abolir tais alimentos, pois, além do resultado da pesquisa a respeito da relação entre o consumo desses vegetais e o surgimento da doença não estar comprovado, esses alimentos também têm grande importância para o organismo, por serem fonte de nutrientes benéficos à saúde.

Mesmo com tantas tecnologias e métodos de tratamento à disposição, o melhor remédio para a prevenção de doenças, quer sejam ginecológicas ou de outras áreas, está no equilíbrio de uma vida saudável. 

Sem grandes radicalismos, priorizando uma alimentação saudável com dieta equilibrada e a prática regular de atividades físicas para combater o sedentarismo e obesidade. 

A situação deve ter sempre um acompanhamento médico com exames de rotina, que colaboram para a adoção e ganho de qualidade de vida assim como a diminuição dos riscos para várias enfermidades. 

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