Samuel Nunes
Repórter
Sangue de pessoas inocentes jorra pelas ruas da cidade e tem deixado familiares e amigos estarrecidos. Primeiro, foi o que aconteceu com o trabalhador Roberval Rodrigues Pereira, 54 anos, assassinado na noite de sábado, 2, no bairro Independência. O alvo dos bandidos seria um adolescente de 17 anos, que também foi baleado, mas escapou da morte. Além de Roberval, um menor também foi alvejado de raspão. Na noite de segunda-feira, 4, outro inocente foi baleado. O estudante Bruno Santiago Pereira Dias, 20 anos, estava na rua Monte Plano, bairro Cintra, quando foi surpreendido por dois bandidos numa motocicleta. Armados com um revólver, o garupeiro desceu da moto e efetuou vários tiros contra o estudante, que foi alvejado por três disparos na região do abdômen. No momento do ocorrido, amigos do jovem correram à procura de abrigo. Imediatamente, a vítima foi socorrida por terceiros e levada para o hospital Aroldo Tourinho, sendo encaminhada para o bloco cirúrgico por haver apresentado complicações.
A terceira vítima, Max Willian Lopes de Freitas, de 28 anos, foi executado na última terça-feira, 12, no bairro Interlagos perfazendo um total de 26 homicídios registrados neste ano em Montes Claros. Segundo a testemunha Welton Mendes Pereira, o crime aconteceu quando dois homens, em uma moto de cor escura, chegaram ao local onde ele conversava com a vítima, que foi alvejada com quatro tiros nas costas e quatro na cabeça. No local, a perícia técnica da polícia civil apreendeu 9 cápsulas de pistola 9mm.
As autoridades policiais disseram ainda que Max Willian não tinha passagem pela polícia e que, após as apurações do crime, poderá ser concluído que essa foi mais uma vítima por engano, uma vez que os primeiros levantamentos identificaram que o alvo não era Max. A reportagem tentou durante várias horas falar com a mãe do jovem, mas não obteve êxito. A informação é que ela se encontrava muito abalada.
DILIGÊNCIAS
A Polícia Civil afirma está realizando diligências para apurar as autorias, circunstâncias e motivações dos crimes de homicídio em Montes Claros. Revela ainda que por determinação do chefe do 11º Departamento de polícia civil de Minas Gerais, delegado Aluízio Mesquita, equipes de investigadores estão apurando todos os fatos e versões referentes a estes crimes.
O delegado Aluízio Mesquita afirmou ainda que o índice de apurações dos crimes praticados contra a vida, em especial os homicídios em Montes Claros é hoje de 80%.
- Sabemos que hoje os crimes contra a vida estão ligados direta ou indiretamente com o tráfico de drogas. Temos 80% dos crimes apurados e, quanto aos homicídios em que há indícios de que as vítimas foram confundidas com outros alvos, estamos trabalhando para que os crimes sejam elucidados – afirmou Mesquita.