
Montes Claros tem dois casos confirmados de Monkeypox, conhecido como varíola dos macacos. Os pacientes são um homem e uma mulher com idades entre 30 a 39 anos.
Em entrevista cedida para uma emissora de tv nesta terça-feira (30), a secretaria municipal de saúde, Dulce Pimenta, informou que um dos contaminados teve contato com quem viajou para vários estados e o outro participou de um evento em Montes Claros, onde tinha pessoas de outros estados.
O homem permaneceu em isolamento por 21 dias e não apresenta mais sintomas da doença. Já a mulher está isolada em casa, e o estado de saúde dela é estável.
As pessoas que tiveram contato com os dois pacientes estão sendo monitoradas.
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que dados do estado atualizados em 29 de agosto registram 260 casos de Monkeypox confirmados por exames laboratoriais pela Fundação Ezequiel Dias (Funed).
Outros 586 casos foram descartados e há 757 em investigação. Até o momento, apenas o município de Belo Horizonte apresenta transmissão comunitária.
Para o médico clínico em infectologista, João dos Reis Canela, a população de Montes Claros não precisa ficar alarmada com esses casos confirmados de Monkeypox na cidade.
“É uma doença de curso clínico benigno na maioria dos pacientes, embora traga algum mal-estar geral. Mas não há motivo para ‘alardeamento’”, avisa.
Ao tomar ciência de uma pessoa infectada, deve-se manter distanciamento, lavar das mãos e usar máscara, casoseja encessário o contato.
“É importante lembrarmos que as lesões (causadas pela doença) são de natureza uniforme, que dizer, elas iniciam com uma pequena pústula e evolui para uma vesícula, essa pústula rompe e forma uma chaga e elas são uniformes em toda superfície corporal acometida. Não é como acontece com a varíola ou catapora, que tem várias fases no mesmo indivíduo portador da doença”, ressalta.
O médico lembra, ainda, que a contaminação acontece através de vias respiratórias, principalmente no sentido da fala, onde no momento de uma conversa com um indivíduo portador desta doença.
“Então, o distanciamento continua sendo uma coisa muito importante principalmente nos pacientes que estão propensos ou estão em curso clínico da doença”, avisa.
Para o infectologista, o momento em que devemos ter mais cuidados é na fase de quando eclode, pois, é facilmente contaminável.
EVENTOS
Em relação à quantidade de eventos que estão sendo realizados na cidade, que poderiam servir de porta de entrada para o vírus, o médico tem um certo ceticismo em afirmar que sejam o real motivo das contaminações.
O período de incubação varia de três a 15 dias, e neste período, às vezes, o paciente nos últimos três a cinco dias, é que pode contaminar.
“Não vejo essa obrigatoriedade de diminuir ou cancelar os eventos”, atesta. Por isto, é muito difícil a gente ter a presunção de quem está ou não transmitindo a doença, a não ser aqueles casos francamente ativos com manifestações cutâneas já clássicas”, finaliza.