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Terça-Feira,26 de Agosto

Variação no preço do etanol chega a 16,39% em MOC

Levantamento do Procon mostra que é preciso pesquisar para economizar

Christine Antonini
Publicado em 30/04/2019 às 06:59.Atualizado em 05/09/2021 às 18:26.

Não é de hoje que o brasileiro precisa manter, na ponta do lápis, os gatos com combustíveis. Após a mudança da política de reajuste da Petrobras, a cada semana o consumidor pode ter uma surpresa desagradável ao chegar ao posto. Por isso, pesquisar preços é fundamental, porque além do aumento a cada seis, sete dias, há a diferença de margem de lucro praticada pelos postos. Em Montes Claros, a variação pode fazer grande diferença na hora de encher o tanque.

Pesquisa do Procon revela que os valores da gasolina, por exemplo, podem variar até 5,5% de um estabelecimento para outro. Já no etanol, a diferença entre o menor e o maior preço é ainda mais gritante – 16,39% –, para o valor à vista. Geralmente, como motoristas têm preferido abastecer os veículos com álcool por se apresentar mais vantajoso do que a gasolina, pesquisar faz toda a diferença.

O levantamento foi feito em 26 postos de combustíveis da cidade (veja valores na tabela ao lado).

Para enfrentar os preços nas bombas, o estudante Geraldo Guimarães pensa em procurar outras pessoas para dividir a conta, por meio de grupos em redes sociais chamados de “Caronas-pagas”.

“Acredito que não existe justificativa para esses valores. O preço nas refinarias não é compatível com o valor nas bombas. Estou evitando andar de cargo porque aperta o orçamento. Estou pensando em procurar outras pessoas para ajudar a pagar o combustível. Eu colocava álcool, mas ultimamente é mais viável abastecer com gasolina”, pontua.

De acordo com o Procon, o objetivo da análise é informar à população os preços praticados pelos diversos fornecedores, permitindo que o consumidor escolha a opção mais econômica.

A iniciativa traça ainda um paralelo com o levantamento realizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). No país, o preço médio da gasolina na última semana era de R$ 4,443, e o etanol, R$ 3,559. Esses valores representaram alta de 2,6% e 4%, respectivamente em uma semana.

Há ainda que ser levado em conta a forma de pagamento – à vista ou no cartão. Para quem tem o dinheiro disponível, é mais vantajoso. A diferença no litro do combustível chega a R$ 0,50, valor que, na hora de encher o tanque, faz toda a diferença.

ALERTA
O Procon pede ao consumidor para que fique atento também a uma prática muitas vezes comum, mas proibida por lei – a de tabelamento dos preços, ou cartel. Difícil de ser comprovada, ela deixa o consumidor refém de valores iguais, sem opção de buscar por cifras mais baixas.

Durante a pesquisa, foi constatado a cobrança do valor de R$ 4,85 pelo litro da gasolina em seis postos e de R$ 4,89 em outros seis. Os demais apresentaram preços variados.

Já em relação à gasolina aditivada, o maior preço é de R$5,70 e a mais barata, R$ 4,81, uma variação de 5,21% com média de R$ 4,95 o litro.

O motorista de aplicativo Marcelo Moraes gasta, em média, 60 litros de gasolina por semana. Ele afirma que percebe aumento nas bombas, principalmente em épocas de feriado. No último, ele calcula um prejuízo de R$ 30 por dia.

“Ha dias em que não compensa rodar. Se aumenta para a gente, também fica mais caro no bolso do passageiro, e eles optam por não andar com aplicativo”, diz.

O representante do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), Gildeon Durães, aponta que a expectativa é a de que o preço dos combustíveis diminua nos próximos meses, principalmente do etanol.

“Está para sair uma grande safra de cana de açúcar, então esperamos que a redução do valor chegue às bombas. A tendência é a de que a gasolina também tenha queda, uma vez que 27% desse produto é à base de etanol”, explica Durães.

O diretor do Procon, Alexandre Braga, orienta os consumidores a pesquisarem e optarem pelo produto que combine qualidade e menor preço.

“O Procon não pode determinar aos postos de combustíveis que reduzam o preço, a não ser em hipóteses excepcionais, como na greve dos caminhoneiros, em que a elevação sem justa causa ficou constatada. Por isso, a divulgação de pesquisas de preços é uma das maiores contribuições que o órgão pode trazer ao consumidor”.

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