Depois de 11 anos, trem baiano continua na lembrança
do Norte- Mineiro (foto: Wilson Medeiros)
Muitas pessoas sentem saudades, outras já tiveram a oportunidade de viajar a bordo do trem de passageiros que partia de Belo Horizonte para a cidade de Monte Azul, na extremidade da lendária Linha do Centro da Central do Brasil. Ali, os passageiros baldeavam e seguiam até Salvador. Com o tempo e a decadência da ferrovia, o trem do sertão foi diminuindo cada vez mais seu percurso, até que, nos últimos anos, se resumia ao trecho entre Montes Claros e Monte Azul, uma das regiões mais pobres do estado de Minas Gerais. Era esse trem que movimentava a economia das pequenas cidades pelas quais passava e que com a privatização, em 1996, foi extinto, enfraquecendo ainda mais a frágil economia da região.
LUTA
No dia 05 de setembro de 1996 o trem de passageiros fez a sua última viagem e não voltou mais aos trilhos. Ouvido pelo O Norte na manhã de ontem, o presidente do Movimento pela Volta do Trem de Passageiros, Alberto Bouchardet, crítica a falta de apoio das autoridades em relação aos seus 11 anos de luta. Afirma que, em conseqüência disto, o movimento transferiu a sua sede para a cidade de Monte Azul, pela facilidade e pelo respaldo encontrado por parte das lideranças.
Lembra que dos 363 voluntários cadastrados, apenas ele - como presidente - tem trabalhado de forma concreta neste movimento. Observa que na cidade de Juiz de Fora, em virtude do apoio governamental e institucional, o trem voltou a circular, percorrendo outras cidades da zona da mata mineira.
– São sete cidades prejudicadas com a paralisação do trem de passageiros, mas, a minha luta, que não é uma utopia, vai continuar – finalizou o dirigente. (SN)
