As placas que proíbem o estacionamento estão por todo lado no entorno do Corredor Cultural no centro histórico de Montes Claros. E já provocam reação de moradores e de pessoas que deixam o carro na região para fugir do rotativo. Mas a maior mudança está por vir. O presidente da MCTrans, José Wilson Guimarães, adiantou que o tráfego no local deverá ser fechado.

“A intenção é não apenas impedir o estacionamento na área dos casarões, mas inibir o tráfego para proteger as edificações históricas”, revelou.

Segundo ele, por sugestão do secretário de Cultura, João Rodrigues, deve ser fechado o trecho da rua Coronel Celestino, o chamado Corredor Cultural, no qual funcionam o Museu Regional do Norte de Minas, o Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros e a própria Secretaria de Cultura. 

As medidas, no entanto, além de dificultar o acesso ao Museu Regional e ao casario centenário, criam um problema para os proprietários de casas construídas há décadas, muitas sem garagem. Os proprietários terão que pagar estacionamentos privativos e o rotativo da Prefeitura, ou serão multados.

“No meu modo de entender, antes de fechar o Corredor Cultural é preciso fazer uma reunião com todos, porque acho a atitude muito complicada”, avalia o presidente do Instituto Histórico e Regional de Montes Claros, Dário Cotrim, observando que é preciso respeitar o direito de ir e vir dos moradores locais.

Manoel Félix, proprietário de garagem na rua Coronel Celestino há 40 anos, pode ter o acesso ao estabelecimento fechado. “Se a rua inteira for fechada, o estacionamento fecha as portas”.

As alterações levantam, novamente, a discussão sobre a ampliação da Área Azul na cidade. Para os moradores, a proibição de estacionamento em ruas próximas a locais onde há a cobrança do rotativo força o motorista a pagar para parar em vias públicas. 

Guimarães nega tal fato. Por outro lado, admite que mudanças na sinalização e aumento da área de estacionamento rotativo sejam tão significativos que têm sido temas recorrentes de reuniões da Câmara de Vereadores, gerando protestos.