O popularmente chamado teste do pezinho é um exame realizado durante a primeira semana de vida do bebê. A coleta de sangue para o exame é feita em papel de filtro através de punção (pequeno furo) no calcanhar. Com o exame é possível detectar duas patologias que evoluem com deficiência mental grave e que podem ser controladas e revertidas quando tratadas precocemente: o hipotireoidismo e a fenilcetonúria.
O exame é feito através da coleta de sangue com uma punção no
calcanhar (foto: Gustavo Roth/ Folha Imagem)
O hipotireoidismo é uma doença que se caracteriza pela dificuldade de crescimento e retardamento mental, pela deficiência parcial ou total dos hormônios produzidos pela tireóide, responsáveis pelo estímulo e desenvolvimento de uma série de órgãos vitais, entre eles o cérebro. O tratamento consiste na reposição destes hormônios por via oral.
A fenilcetonúria se caracteriza por ser uma deficiência enzimática que impede a metabolização da fenilalanina, um aminoácido essencial encontrado na alimentação. O tratamento é um pouco mais difícil e consiste em uma dieta especial livre da presença deste elemento.
De acordo com especialistas a importância da detecção precoce destas anormalidades reside na irreversibilidade das lesões instaladas, mesmo quando decorridas poucas semanas de vida, antes do início do tratamento.
Muito além do que uma simples medida preventiva, a detecção precoce destas anormalidades do metabolismo é uma imposição legal obrigatória em qualquer hospital e estabelecimento público ou particular que preste atendimento à saúde de gestantes.
ATENDIMENTO
A auxiliar de administração da secretaria de Saúde Marina Ladeia revela que em Montes Calaros, no período de janeiro a julho deste ano, 3.357 crianças fizeram o teste do pezinho. Ela explica que este número se refere a atendimentos nos centros de saúde e do programa saúde da família.
Marina Ladeia diz que as crianças que ficam internadas nas maternidades dos hospitais Santa Casa e Universitário, por terem nascido abaixo do peso ou prematuras, não são computadas. Segundo ela, depois de cinco dias os próprios hospitais fazem o teste nos recém nascidos.
TESTE
A enfermeira Caroline dos Reis Alves, que trabalha no PSF do bairro Vila Anália, conta que é importante que as mães não deixem para depois do quinto dia de nascimento a realização do teste do pezinho.
Caroline lembra que quanto mais tarde o teste for feito, mais complicado fica para detectar algumas doenças, como por exemplo, a doença de chagas.
– Quando mais rápido detectar a doença mais fácil é o tratamento. O teste é feito em uma unidade básica que pode ser o PSF ou centro de saúde. Depois o exame é enviado para a secretaria municipal de Saúde, que envia para a secretaria estadual de Saúde, que depois de 30 dias nos manda o resultado. Se for constatado algum problema no exame a secretaria estadual de Saúde nos envia um fax para, daí, comunicarmos à mãe da criança para que o tratamento seja iniciado – explica.