
Moradores de várias áreas de Montes Claros expressam preocupação com a falta de ação do poder público diante do aumento dos lixões ao ar livre. No Bairro Augusta Mota, um grande terreno na esquina das ruas Mauro Moreira, Osmar Cunha e Henrique Chaves tem sido fonte de incômodo para a população local. A situação gera riscos à saúde pública e aumenta a sensação de insegurança entre os residentes.
No dia 17 de fevereiro, a prefeitura foi procurada para falar sobre o assunto e informou que o proprietário do imóvel, no bairro Augusta Mota, já havia sido notificado para fazer a limpeza do local e, caso não o fizesse, seria multado. Dois meses depois, no dia 9 de abril, a prefeitura foi novamente procurada por moradores e afirmou que “o proprietário já foi notificado para limpar e fechar o lote. Ele está no prazo”. Entretanto, o prazo para proprietários efetuarem o serviço a partir da notificação é de 15 dias. Nesta última quarta-feira (8), passados quase quatro meses depois da primeira notificação, nada foi feito e a situação está ainda pior.
A autônoma Edvania de Morais diz que o problema é de saúde pública e que, não adianta fazer campanha contra arboviroses, se não há cuidado com a limpeza urbana. “Moro aqui há 25 anos e nunca vi uma situação como essa. Está insustentável. Na minha casa aparecem ratos e escorpiões. Tenho animais de estimação e também está um perigo para eles”, diz a moradora. Para Edivânia, além de efetuar a limpeza, os proprietários devem fechar os lotes para evitar que sirvam como lixão e fazer calçadas. “Não tem passeio. Temos que andar no meio da rua, disputando espaço com os carros e pisando em lixo. Meu IPTU veio muito caro e ainda tem a taxa de lixo. Temos que pagar dentro do prazo, mas do lado de lá não cumprem prazos”.
A síndica de um prédio localizado nas imediações lamenta a situação. “Não sei mais o que fazer, pois já liguei para a prefeitura várias vezes e não trouxeram uma solução. Tenho que dar resposta para os moradores”, explica.
No Bairro Independência, uma moradora da Rua Martim Francisco usou as redes sociais para chamar atenção sobre um problema semelhante. “A situação está crítica, há cerca de seis meses tem lixo acumulado que atrai animais como escorpiões, ratos e baratas. O mau cheiro é insuportável, afetando a qualidade de vida dos moradores, especialmente das crianças e recém-nascidos que vivem na área. A preocupação com a saúde é real, e os moradores pedem soluções urgentes para resolver esse problema”, relata a moradora que se identificou como Maria Tereza.
A prefeitura foi procurada nesta quarta para falar sobre as denúncias. Segundo a secretaria de comunicação, no bairro Augusta Mota, “o processo está em andamento, a fiscalização está acompanhando a situação do local e o proprietário ainda está dentro do prazo de realizar as adequações exigidas”. Em relação ao bairro Independência, a secretaria informou que “não temos, no nosso sistema, denúncias envolvendo a rua Martin Francisco. A Prefeitura recomenda que as denúncias de lotes vagos sujos e com mato sejam feitas pelo site ssu.montesclaros.mg.gov.br, no campo DENÚNCIAS. Esse é o canal preferencial de denúncias, já que gera um protocolo, facilitando para a população acompanhar o andamento do processo”.