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Sexta-Feira,18 de Outubro
Taxímetro congelado

Taxistas de MOC reclamam do valor defasado da tarifa e reivindicam reajuste de 50%

Márcia Vieira
29/12/2022 às 22:24.
Atualizado em 29/12/2022 às 22:25

“Desde 2013 não temos aumento”, reclama Jonas (MÁRCIA VIEIRA)

A categoria dos taxistas em Montes Claros lamenta a ausência de situações que poderiam minimizar as perdas acumuladas há alguns anos. A principal reivindicação da classe é o aumento de ao menos 60% no valor da tarifa que está em R$ 4,38 há vários anos. 

Claudionor Santos conta que tem 20 anos de profissão , mas já pensou em parar.

“Vou fazer o que? Não tenho outra profissão. Mas temos gastos demais com pneu, mecânica, peças. Estamos trocando seis por meia dúzia ou nem isso. Pagamos para trabalhar. E nem a bandeira 2 foi autorizada em dezembro”, lamenta. 

Para que os taxistas rodem utilizando a bandeira 2, é necessária a autorização da prefeitura. Com ela, o km rodado saltaria de R$ 3,05 para R$ 3,96. Automaticamente ela já acontece entre 22h e 6h da manhã e aos sábados, domingos e feriados a partir das 14h. 

“Para nossa categoria é como se fosse um décimo terceiro. A cidade tem muita gente no final de ano, era uma oportunidade de ganharmos um pouquinho mais, mas nem isso foi permitido. Desde 2013 não temos aumento. A tarifa de 4,38 ficou impraticável, porque não dá pra cobrir a manutenção do veículo. Contamos com a solidariedade das pessoas, que vez ou outra arredondam o valor, mas precisávamos de um aumento real”, reforça o taxista Jonas Durães. Para ele, com o aumento dos aplicativos a situação ficou ainda mais difícil, pois ao contrário deles, o taxista volta com o carro vazio após uma corrida.

“Dificilmente a gente consegue cobrir a volta, pois não somos parados na rua. Não temos uma tecnologia, como os apps que em qualquer lugar pegam corrida”, acrescenta. 

Entre os profissionais, obtivemos a informação de que o cálculo feito pela Mctrans para ser levado ao prefeito, institui 30% de aumento e não os 60% reivindicado. 

“Não é compatível com o que a gente vem perdendo durante todo esse tempo, não é um aumento significativo, mas é melhor do que continuar como estamos”, disse J.D., taxista que trabalha em uma das praças mais movimentadas da cidade. Ele revela que em uma conversa com representantes da categoria há cerca de 4 anos, mediante a solicitação o prefeito chegou a sugerir que eles deveriam “ abaixar o preço e não reivindicar aumento”.

Redução para acordo

Em contato com Luís Batista, presidente do Sindicato dos Taxistas, ele informou que o último documento enviado a MCTrans foi no mês de agosto. De lá para cá, a categoria aguarda que o Executivo autorize a situação para que os taxímetros dos 198 veículos que compõem a frota em Montes Claros sejam ajustados pelo Inmetro. 

Luis explica que há uma defasagem e, para que seja recuperada, seria necessário ajuste em torno de 91%. Mas, para não sobrecarregar os usuários, os taxistas pediram 50% de reajuste sobre a bandeirada/km rodado e a hora parada. 

“A MCTrans pediu para refazer os cálculos e diminuir o percentual. Já cedemos e chegamos ao acordo de 30% sobre as bandeiradas 1 e 2 e 50% apenas sobre a hora parada, que hoje está em R$ 12,56 e vai para R$ 18,54, mas esse valor é só quando o cliente chega a ficar parado durante uma hora. Então, é difícil acontecer. Agora aguardamos que o prefeito faça isso o mais rápido possível, pois estamos precisando desse reajuste”, pontua.

O presidente da MCTrans, autarquia que regula o transporte em Montes Claros, não foi encontrado para falar sobre o assunto. No local, fomos informados que o documento com o pleito dos taxistas já estaria nas mãos do prefeito.

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