
Faça chuva ou sol, moradores da região do Interlagos (conhecida como “Pampulha”) sofrem consequências da falta de manutenção no local. A afirmação é de Wilton Pereira, presidente da Associação Amigos da Lagoa, ONG constituída por moradores que percebem o potencial daquele que é considerado cartão postal da cidade. Mas cuja realidade está bem distante.
Wilton conta que foram feitas diversas reuniões com o poder público pedindo atenção ao local. Melhorias começaram a ser realizadas, mas foram paralisadas, dando um aspecto de total abandono.
“É um local muito bonito, mas está abandonado. Causa transtorno, com queima de tábuas e fuligem espalhada. Quando não é isso, tem uma lã que solta das tábuas e fica suspensa no ar. Isso tem provocado problemas respiratórios”, explica Wilton.
Ele relata que o período chuvoso traz ainda mais transtornos. Parte do calçamento foi retirada, não foi recolocado novo passeio – como era previsto dentro da obra de revitalização – e a região ganhou um lamaçal.
“O muro de arrimo está escorado com pedras. Não tem a devida atenção e está faltando fiscalização da prefeitura e de órgãos ambientais”, reclama.
Com o propósito de minimizar os danos sofridos por moradores e buscar uma solução, o vereador Valdecy Contador promoveu audiência pública com representantes de órgãos ambientais e poder público.
“Enviamos vários ofícios e requerimentos com demandas importantes de moradores. Existem duas ruas especialmente que sofrem com inundações devido à falta de escoamento da água da lagoa”, explica o vereador, sugerindo que seja feito o desassoreamento e sejam removidos detritos acumulados, responsáveis por provocar inundação.
De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente, Sóter Magno, “a lagoa se tornou depósito de resíduos de todos os tipos” e o desassoreamento poderá ser feito, entretanto, é uma obra que tem alto custo e precisa de tempo para ser realizada.
Em relação à sugestão do presidente da ONG, que pleiteia recursos de compensação ambiental para o local e sobre a fiscalização das obras no entorno, Daniel Dias, responsável pelo setor de fauna do órgão explicou que a ONG pode pleitear recursos por meio de projetos. No tocante a fiscalização de obras, ela é supletiva, ou seja, o órgão que licencia deve ser o fiscalizador e o Ibama só entraria num segundo momento por meio de denúncia no canal “ linha verde”, que pode ser feita por qualquer cidadão.
O vice-prefeito e secretário de obras, Guilherme Guimarães, informou que as obras de urbanização chegaram a 50%.
“Com as chuvas, a empresa não pode executar, em decorrência da técnica e da qualidade da obra. As próximas etapas são a execução restante da contenção, o pavimento e a colocação de redes e bocas de lobo nos pontos críticos. A empresa está mobilizada para retomar o ritmo adequado assim que as condições climatológicas permitirem”, afirmou.