
A Polícia Civil (PC) encerrou o inquérito policial sobre o caso de um homicídio consumado e outro tentado, ocorrido no dia 3 de julho, no bairro Montes Sião, em Montes Claros. As vítimas foram dois irmãos, de 33 e 38 anos; o primeiro, foi atingido na cabeça e faleceu no local, enquanto o outro teve ferimentos no punho e no ombro. De acordo com informações policiais, os crimes foram motivados por um desentendimento por causa do volume de um som, durante uma confraternização. O suspeito era vizinho de uma das vítimas.
Conforme o delegado da PC, Bruno Rezende, as investigações foram iniciadas em julho. “A caracterização de uma briga de vizinhos pelo som alto, que evolui para agressão com disparos de arma de fogo, com alegação inicial do autor de legítima defesa, não se confirma nas investigações pelos depoimentos das testemunhas, que afastam a possibilidade das vítimas terem atentado contra o autor ou mesmo estar portando um objeto que justificasse, a partir disso, então, os disparos”. Por estes motivos, completa o delegado: “o autor foi indiciado pelo crime de homicídio consumado e tentado com pedidos na justiça de busca e apreensão e prisão preventiva”.
No dia do crime, o autor não chegou a ser preso, segundo Rezende, por ter se apresentado voluntariamente acompanhado de um advogado e respondeu ao procedimento em liberdade. No entanto, após a polícia procurar o autor na residência de um familiar na última quinta-feira (14), constatou que ele havia fugido e pode estar armado.
O advogado do autor, Luiz Gabriel Souza Pacheco, explica que soube na sexta-feira (15) de algumas questões que ocorreram e precisa verificar as informações para dar esclarecimentos à imprensa. “Portanto, a defesa não se manifestará ainda, pois não tem acesso aos autos”, informa o advogado.
ENTENDA O CASO
O autor, segundo consta no inquérito policial, não tem antecedentes criminais. No entanto, ele já teria tido outras brigas com esses vizinhos, de acordo com a alegação dele e da própria esposa. “Eles informaram que as discussões devido ao alto volume do som eram frequentes”, diz o delegado. “No dia do ocorrido, eles teriam primeiro discutido internamente, dentro de suas residências, já que os muros se confinam, indo depois para a porta. A partir dessa discussão, o autor efetuou os disparos contra ambos os irmãos, causando a morte de um e ferindo o outro.”
Entretanto, segundo a vítima sobrevivente, o próprio autor já teria tido episódios de som alto e barulho que os teriam incomodado. Para o delegado, essa situação já seria frequente entre essas famílias, e infelizmente, nenhuma delas procurou os órgãos do estado para tentar minimizar essa discussão que resultou em um final trágico.