Samuel Nunes
Repórter
Uma reunião seria realizada no final da tarde de ontem, entre representantes do Sindicato da Indústria Têxtil de Montes Claros e da diretoria da empresa Coteminas, para discutir o atual momento dos trabalhadores, que de acordo com informações passadas pelo líder sindical, Lourival Soares Rodrigues, entre 20 e 30% dos funcionários seriam demitidos.
Dando continuidade ao assunto, O NORTE, ouviu na manhã de ontem, Maria Elaine Ferreira Santos, e Renato Sérgio, representantes da Junta Governativa que foi instalada recentemente no sindicato. Eles revelam que um terreno já foi liberado pela prefeitura para a Coteminas, e a qualquer momento pode surgir uma nova empresa de tecidos na cidade, o que pode amenizar a situação de diversos pais de famílias.
Renato Sérgio, afirma que um terreno já foi liberado pela prefeitura para a Coteminas, e a qualquer momento pode surgir uma nova empresa de tecidos na cidade (FOTO WILSON MEDEIROS)
Salientam que a preocupação do sindicato, nesta atual situação, é alocar diversos funcionários que poderão vir a sair, em outras funções na empresa, como por exemplo, as partes de acabamento e tecelagem, a fábrica de lençol, a Santanense que é do grupo Coteminas, além da fábrica de jeans, que a Coteminas que instalar em Montes Claros.
Tentamos contato com a diretoria da Coteminas, em São Paulo, mas até o fechamento desta edição, não obtivemos resposta sobre o assunto.
Diante do que foi colocado na matéria do jornal O NORTE, na edição de ontem, quinta-feira, qual o posicionamento do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Têxtil?
Algumas coisas que foram colocadas eu não tenho conhecimento para está fazendo um esclarecimento. O que tenho de concreto é que a empresa me chamou e passou algumas informações verbalmente, salientando que iriam acontecer algumas mudanças, que ainda não estão em andamento. Mas, a existência de um acordo relatado na matéria, isto não aconteceu, ainda não fomos chamados para qualquer tipo de acordo.
Que mudanças seriam estas?
Eles nós falaram sobre o aumento da energia que causou um impacto muito grande na empresa. Eles compram energia do mercado livre, devido a este fator, algumas mudanças seriam realizadas como a diminuição no quadro no setor de fiação. Existe também a modernização de máquinas neste setor, que a empresa alega ser um dos mais problemáticos.
Sobre trabalhadores demitidos, o que de concreto realmente existe?
Ainda não recebemos nenhuma rescisão de contrato por parte destes trabalhadores. O que estamos tentando no momento é procurar judicialmente uma forma, se não houver solução, diminuir o número de demissões que eles alegam que irão fazer. Também tentar negociar com eles para que não aconteça nenhuma perda para o trabalhador e tentar manter os seus filhos na escola da Coteminas. Isto para mim, é prioridade, devido o impacto na vida social. Queremos evitar que o trabalhador passe por maiores dificuldades.
Sobre férias coletivas que estariam sendo dadas para alguns funcionários, é procedente esta informação?
Tivemos um período de férias coletivas de 10 dias, que foi no final do mês de janeiro. Agora, de novas férias coletivas, ainda não fomos informados.
Sobre a Junta Governativa que é citada na matéria, alguma coisa a salientar?
Ela foi estabelecida no sindicato por ordem judicial. Foi eleita por uma assembléia geral, realizada aqui, onde houve uma chapa concorrente, na qual a nossa chapa foi à vencedora e é assim formada: presidente Maria Eliana, Renato Sérgio como secretário e Valdeir Souto, tesoureiro. Não existe diretoria como é relatado na matéria, há uma Junta Governativa Provisória, que está administrando o sindicato, por ordem judicial.
Se ocorrerem as demissões, qual o impacto social e econômico que isto representa?
Para nós, que somos trabalhadores, será um impacto imenso. Mas, o sindicato, se não tiver uma saída vai manter entendimentos com a Paculdino que está com uma nova empresa, onde os diretores podem recolocar estes trabalhadores no mercado de trabalho. Mas esta é a última hipótese, vamos tentar reverter à situação dentro da Coteminas.