Naíma Rodrigues


Repórter


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O vice-presidente do Sindserv - Sindicato dos servidores públicos municipais de Montes Claros, Agenor Gonçalves Ferreira, em entrevista exclusiva a O Norte, disse estar combatendo as injustiças cometidas pelo prefeito Athos Avelino – PPS:

- Vim à procura do jornal para falar àqueles que questionam a minha volta ao sindicato. Na prefeitura, por exemplo, algumas pessoas de cargo de confiança do prefeito, chefes de sessão, estão dizendo que eu não sou funcionário. Mas venho aqui com documentos em mãos para comprovar minha volta ao sindicato, com o intuito único de proteger os servidores municipais contra as injustiças do prefeito.

Agenor, servidor público municipal admitido em 1987 e aprovado em concurso público em 1990, participou do pleito eleitoral de 1998, porém, teve a candidatura protestada. Contudo, com o inquérito de número 1.0433.03.093387-6/002, do Tribunal Regional do Trabalho do Estado de Minas Gerais, declara-se que no dia 18 de agosto Agenor Ferreira poderia retomar ao cargo.   

INJUSTIÇAS

Segundo o vice-presidente do sindicato, 1.700 funcionários contratados foram despedidos às vésperas do natal. O qüinqüênio, um gatilho onde a cada cinco anos de serviço público o servidor obtém o direito de 10% sobre seus vencimentos, como forma de compensação de não receberem serviços futuros de aviso prévio e fundo de garantia, na atual administração foi reduzido a 8%.

- O prefeito diz que almeja baixar custos na prefeitura e que, para isso, também reduzirá seu próprio salário. Seria muito bom se ele mostrasse seu comprovante de salário a todos. Athos não tem experiência e nem conhecimento sobre serviços públicos. Ele está enrolando quando diz que não tem dinheiro para pagar mais nada, além de seus cabos eleitorais – diz Agenor Ferreira.

ATRASO NO SALÁRIO

De acordo com a denúncia feita por Agenor, o salário dos servidores públicos está atrasado e, provavelmente, só será pago no dia 16 de novembro, referente ao mês de outubro. E a grande preocupação do sindicato é o pagamento do 13º salário:

- Temos medo de não ser pago o 13º salário, já que a prefeitura não nos informa nada. O sindicato está preocupado com o servidor público.

BANCOS

Há um ano foi realizada uma licitação pela prefeitura, no valor de R$ 8 milhões, para efetuar o pagamento da folha dos servidores municipais através de bancos, conforme afirma o vice-presidente do sindicato. Segundo ele, nenhum banco se interessou, nem mesmo a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, que são do governo.

- Estou surpreso com o interesse do Banco Itaú em realizar esses pagamentos, mas gostaria de saber quais os recursos que Athos utilizou para conseguir inverter os papéis. Estou em dúvida de quem vai pagar pelo serviço: será que é o servidor? Porque, certamente, os bancos não vão querer ter prejuízo. O prefeito trocou de agência bancária e não comunicou nada aos servidores. Ele quer economizar R$ 500 mil por ano, mas será que é o servidor que terá que pagar por isso? Não sabemos o que rege o contrato assinado entre a prefeitura e o Itaú – questiona Agenor.

A VOLTA DO GUERRILHEIRO

- Gostaria de deixar claro para as pessoas que têm interesse em me prejudicar, eu que sempre fui uma pessoa íntegra e estou disposto a lutar pelos servidores públicos, não tenho medo. Gostaria também de deixar um recado aos vereadores que hoje comem na mão do prefeito, que a política está próxima e os servidores estão acordados. Só existem poucos casos que se salvam, como os de Fátima Pereira, Ruy Muniz, Athos Mameluque e Guila Ramos, que têm feito uma posição sistemática em defesa da população de Montes Claros, inclusive dos servidores públicos. E os outros, que se acham donos do poder e que prejudicam o cidadão montes-clarense em função de uma pessoa que é o prefeito Athos, estão enganados, porque terão o troco daqui a dois anos - alerta o sindicalista.

O OUTRO LADO

A prefeitura informou a O Norte que as medidas assinadas entre com o banco Itaú foram com o intuito de baixar custos.

- A prefeitura de Montes Claros assinou convênio com o banco Itaú para o processamento centralizado de toda a folha de pagamento da administração direta. Com isso, o Executivo vai economizar aproximadamente meio milhão de reais durante a vigência do convênio com despesas de tarifas bancárias. A prefeitura tentou manter o convênio com as instituições bancárias oficiais (Banco do Brasil e Caixa), sem, entretanto, obter êxito. Segundo o prefeito Athos Avelino, através da Ascom, foram realizadas diversas licitações, com total publicidade e processos administrativos. Apesar dos esforços da administração, as instituições oficiais não demonstraram interesse na manutenção dos convênios.

A prefeitura alegou ainda que encerrou todos os contratos de irregularidade, herdados na administração passada para economizar recursos e focalizar resultados.