Samuel Nunes
Repórter
De acordo com o presidente do sindicato dos trabalhadores em transporte rodoviário de Montes Claros e do Norte de Minas, Antônio Roberto Guedes, o Peu, acontece amanhã, a partir das 9h30, na sede da ATCMC - Associação de transporte coletivo urbano de Montes Claros reunião entre representantes das empresas Alprino e Transmoc e sindicato dos trabalhadores em transporte rodoviário. Peu revela que um dos assuntos a ser colocado em pauta é o aumento da passagem do lotação, que hoje é de R$ 1,90.
Antônio Roberto Guedes: as conversas que circulam é que a passagem deve subir para R$ 2, e no mês de janeiro de 2011 pode vir outro aumento.
Outro item da pauta, de acordo com Peu, diz respeito ao fato de as empresas acatarem em definitivo a jornada de 6 horas diárias para motoristas e cobradores. Ele afirma que, depois de várias reuniões para negociação do acordo coletivo de trabalho, os patrões continuam irredutíveis.
- Até o momento, as propostas patronais visam apenas trazer prejuízos para os trabalhadores. Um exemplo é o banco de horas que não é pago conforme a lei. Quando o trabalhador faz hora extra, ele tem que receber mais do que a hora normal, ou seja, a diferença de no mínimo de 50% a mais, o que não é pago aos trabalhadores - diz.
Segundo Antônio Roberto, depois da 7ª rodada de negociações, a classe patronal teve o que ele chamou de coragem de oferecer apenas 5,49% sobre o salário dos trabalhadores e um tíquete no valor de R$ 180.
- Este valor mal dá para o sustento de uma família com três pessoas. A alegação dos patrões é de que, com a licitação, tiveram que desembolsar grande quantia em dinheiro, somando a concorrência desleal do transporte clandestino de passageiros, os moto-taxi - afirma.
O sindicalista diz que em hipótese alguma um motorista pode trabalhar em uma jornada de trabalho estressante de até onze horas, como na dupla e tripla pegada, e receber dois salários mínimos, e o cobrador um salário mínimo. O sindicato está insatisfeito com a jornada de trabalho estressante, a compensação de horas extras, precárias condições de trabalho e um salário mínimo que nos últimos cinco anos sofreu grande defasagem.
- Este foi um quadro determinante para a decisão madura dos trabalhadores urbanos em assembleia, tendo à frente a sua entidade sindical, em estado de alerta para greve geral. Só a luta e determinação nos levará a melhores salários e condições de trabalho mais digna, não há outro caminho que não seja a luta - conclui presidente do sindicato.