Samuel Nunes
Repórter
Empresários da construção Civil afirmam, em documento oficial divulgado no último dia 27, que os efeitos da crise financeira internacional não deverão afetar significativamente suas atividades em todo o País. Segundo o posicionamento distribuído pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o nível de endividamento do Brasil é muito baixo se comparado com outros países.
Entretanto, não é o que pensa Juvenil Francisco, diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da construção pesada de Minas Gerais. Ele afirma que a preocupação é generalizada em virtude da crise financeira mundial.
DEMISSÕES
- De acordo com especialistas, certamente esta crise influência sim. Estive em Belo Horizonte, recentemente, e obtive informações que não somente a construção civil, mas, também o setor metalúrgico podem sofrer conseqüências. O metalúrgico, por exemplo, já quer rediscutir alguns pontos do acordo coletivo assinado recentemente por esta categoria - diz.
Juvenil Francisco alerta para as demissões que podem ocorrer. De acordo com levantamento da entidade, 500 mil trabalhadores estão filiados ao sindicato, em Montes Claros e região são 3 mil operários. No entanto, de acordo com cálculos, 20% dos trabalhadores em Minas Gerais, podem perder o emprego em decorrência na crise mundial.
PRODUTOS
O sindicalista explica que no caso especifico da construção civil, produtos como maquinários e ferragens podem sofrer alterações nos preços, isso em virtude da crise internacional, o que podem comprometer ainda mais este segmento.
Juvenil Francisco salienta que a preocupação da categoria está relacionada não liberação de crédito por parte do governo, demissões e naturalmente a chuva que pode intensificar na região nos próximos dias. Frisa que já é tradição as demissões nos meses de outubro, novembro e dezembro, todavia, com a crise a situação torna-se cada vez mais complexa.
- Outra conseqüência da crise é a questão dos contratos onde os empresários podem vir a querer revê-los, isto pode implicar em futuras demissões - avalia.
CONVENÇÃO
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da construção pesada de Minas Gerais revela que sobre a convenção coletiva da categoria que tem novembro, como o mês de se decidir os benefícios para a classe, Juvenil Francisco enumera as reivindicações, tais como, aumento de 20% no salário que hoje no Estado é de R$ 700, 00, isto para servente, em Montes Claros este valor cai para R$ 415,00 e pedreiro R$ 700,00.
- Infelizmente a discussão está parada, queremos aumentar o valor da cesta básica de R$ 40,00 para R$ 80,00, convênio médico familiar, participação nos lucros da empresa e ainda obrigatoriedade do seguro de vida, uma vez que os trabalhadores na construção civil exercem uma profissão de risco - finaliza.