O Sind-Saúde – Sindicato Único dos Trabalçhadores da Saúde de Minas Gerais, quer urgência na apuração das denúncias contra o coordenador do Hemocentro em Montes Claros, o médico Marcelo Guimarães Pereira, e a presidente da Hemominas, Anna Bárbara Proietti, acusados de improbidade administrativa. As denúncias contra os dois já foram apresentadas ao Ministério Público, ao Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais e ao Conselho de Ética Pública. As denúncias, com pedido de providências urgentes, foram encaminhadas, ainda, para o secretário de estado da Saúde, Marcus Pestana.
A decisão do Sind-Saúde, segundo o coordenador do Núcleo do Norte de Minas, Edson Teixeira, visa principalmente a agilização do processo de apuração e a adoção de providências para a suspensão dos valores irregulares pagos ao coordenador. Garante que o médico recebe salário e gratificações especiais para uma jornada de oito horas diárias, mas permanece apenas meio expediente no Hemocentro.
O sindicalista lembra que o não cumprimento do horário de trabalho pelo próprio coordenador é uma afronta aos demais servidores, que se esforçam e cumprem suas obrigações, para receber um salário menor. Edson Teixeira lembra que a gratificação de incentivo ao servidores é paga em percentuais que levam em consideração as horas trabalhadas, e que o médico Marcelo Guimarães Pereira recebe integralmente por um horário que não cumpre.
- Além da questão do não cumprimento do horário e o recebimento de valores indevidos, o sindicato quer ver o Ministério Público e o Conselho de Ética apurando outra grave irregularidade que vem sendo praticada há muito tempo pelo médico. É que, além do atendimento em seu consultório particular e plantões em hospitais à tarde, quando deveria estar no Hemocentro, Marcelo Guimarães Pereira é diretor administrativo-financeiro da Unimed, em Montes Claros – denuncia o dirigente sindical, lembrando ainda que o coordenador do Hemocentro de Montes Claros atesta recebimento e autoriza o pagamento de faturas referentes à venda de hemoderivados pelo Hemocentro. Assim, segundo Édson Teixeira, num momento ele é vendedor e, no outro, é comprador, numa flagrante ilegalidade, pois se trata de uma odiosa mistura entre o público e o privado.
PRESSÃO
No último dia 28, em correspondência enviada à Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Montes Claros, ao secretário de estado Marcus Pestana e ao Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais, o coordenador do Sind-Saúde no Norte de Minas não apenas reafirma as denúncias contra o médico Marcelo Guimarães Pereira, como revela estar sofrendo pressão desde que recorreu à justiça.
- Venho sofrendo situações constrangedoras em meu ambiente de trabalho, sendo ignorado pelo coordenador. Tais atitudes configuram claramente um revide às ações que se sucederam por iniciativa do sindicato e demonstram, ainda, a baixeza dos comportamentos que têm sido perpetuados dentro do órgão. Por outro lado, jamais me calarei. Não há nada que possa mudar minha postura, tampouco essa coibição sem preceitos – finalizou Édson Teixeira.