Servidores da saúde e educação realizam manifestação

Jornal O Norte
Publicado em 19/09/2008 às 16:02.Atualizado em 15/11/2021 às 07:44.

Samuel Nunes


Repórter



Professores e servidores da saúde da Unimontes – Universidade estadual de Montes Claros realizaram na manhã desta sexta-feira 19, manifestação e passeata pelas principais ruas do centro da cidade.



- Há 10 dias estamos em greve e até o momento não chegamos a um acordo com o governo do Estado - afirma Ricardo Brandão, delegado do Sindicato dos servidores da saúde, lembrando ainda que o Hospital Universitário funciona atualmente com 30% da sua capacidade permitida por lei nos casos de urgência e emergência.






Grevistas percorreram as principais ruas do centro da cidade


(foto: XU MEDEIROS)



O sindicalista explica que a manifestação em conjunto com os servidores da Educação é uma forma de demonstrar para a sociedade as dificuldades enfrentadas por ambas categorias.



- Educação e saúde devem caminhar unidas, infelizmente o governo do Estado não tem dado atenção à categoria e, por isso, a greve continua por tempo indeterminado. Com relação às aulas, é bom lembrar que haverá reposição e os alunos não serão prejudicados.   



CRÍTICA



Os servidores da saúde voltaram a criticar o fato de não terem aumento salarial há mais de 11 anos. Afirmam que os 60% de aumento entendem como uma proposta ideal e justa, mas o Estado concedeu apenas 8% o que a categoria não concorda de forma veemente.



- O pagamento da insalubridade está abaixo dos valores legais, queremos também aprovação urgente da carreira proposta pelo governo.  É devido a essa realidade, que nós estamos pedindo o apoio e a compreensão de toda a comunidade para a nossa luta, que, afinal, é uma luta de todos em busca da saúde pública universal de qualidade.



EDUCAÇÃO



Donizete Lima do Nascimento, servidor da Educação conta sobre a negociação que a categoria manteve com governador, que ainda não resultou em nada. Segundo ele, a secretaria de Estado de Planejamento e Gestão ficou de enviar uma proposta sobre o que se negociou até o próximo dia 30. A partir deste momento, segundo ele, os grevistas esperam conseguir sucesso no movimento.



- Estamos pedindo 45%, descontados outros reajustes que já obtivemos, somados os 12 anos que não temos aumento. Ou seja, se somarmos os retroativos, isto implica em um reajuste de mais 80%. Agora, com os descontos, o que já foi dado representa um reajuste de 44%. 



Sobre os prejuízos que podem ser sofridos pelos estudantes em virtude da greve, ele afirma que os alunos entendem que os professores da Unimontes não são bem remunerados, o que implica em uma queda da produtividade dos professores.



- A reitoria deve sentar com os professores e discutir um novo calendário para o ano letivo - sugere.  



NEGOCIAÇÃO



A categoria está em negociação com o governo desde o mês de maio de 2007, e as propostas encaminhadas não têm retorno.



- Entramos com uma contraproposta para um reajuste de 40% - revela Marise Fagundes Silveira, presidente da Associação dos docentes da Unimontes.



Ela frisa ainda que nos próximos dias o comando do movimento se reúne para avaliar a greve.



- A greve não é um recurso que favorece os alunos, mas eles apóiam o movimento e estão dando total ajuda aos professores. Vamos repor as aulas como forma de não prejudicá-los - argumenta.



De acordo com o estudante universitário, Flávio Pereira Mendes, a greve pode prejudicar a sua família que já está se preparando para passar férias na cidade de Porto Seguro.



- Em decorrência da greve, alguns dias na praia com a família podem acontecer somente nas férias de 2009. Estudar no mês de janeiro é duro. Como sempre o aluno é o maior prejudicado - desabafa.

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