Aconteceu na última quinta-feira, no auditório da câmara de dirigentes lojistas, seminário de humanização promovido pela fundação Dílson de Quadros Godinho que reuniu profissionais da área da saúde de Montes Claros e cidades da região. No período da manhã, os participantes assistiram a duas palestras e apresentação do projeto Doutores do Riso. A segunda edição do seminário buscou refletir e discutir a humanização dentro e fora dos hospitais, como tema: Humanização: é falar do óbvio?
Durante a abertura do seminário, o superintendente da fundação Dilson de Quadros Godinho, Antônio Cezar dos Santos, lembrou que é importante que todos os envolvidos na área da saúde repensem as suas ações como ser humano, já que o cuidar humanizando é o diferencial dentro de qualquer instituição. Lembra ainda que hoje o hospital possui uma equipe que desenvolve um trabalho diferenciado.
O coordenador do Grupo de Trabalho Humanizado (GTH), Fernando Andrade, frisou que falar de humanizar é olhar na mesma direção das pessoas que precisam de atendimento e de cuidados.
- Queremos que o atendimento nos hospitais de Montes Claros seja humanizado, que seja feito com amor e carinho. Que os profissionais da saúde saibam dar o direcionamento nas ações, disse.
Fernando Andrade que também exerce a função de assistente social afirma ainda ser preciso qualificar e personalizar melhor o atendimento às pessoas. Salienta ser primordial que se chegue ao denominador comum que é humanizar, em pleno século XXI, para que possamos ser semeador da acolhida.
O professor, ginecologista e obstetra Silvan Márcio de Oliveira, abriu a pauta de palestras falando sobre o que é ser um médico humanizado.
- Parece um absurdo falar em humanizar a atividade humana, no entanto, a sociedade vive tristes aspectos de selvageria, disse.
Para Silvan, que já atua como médico humanizado desde os bancos da academia de medicina, quando ainda era um estagiário, a ternura é tão importante como a técnica. Ele revelou ainda, que é preciso desenvolver um trabalho intenso no âmbito clínico/hospitalar, pois, no dia-a-dia o profissional da saúde (quer seja médico, enfermeiro, administrativo, técnico em enfermagem entre outras funções) lembre as pessoas que procuram atendimento estão fragilizadas
- Cada pessoa é individual, tem sua dor, seu sofrimento, emoções e preocupações. Nós temos que entender que, cuidamos de pessoas que trazem uma bagagem de sofrimento, e às vezes já chegam desacreditando no serviço da saúde. É nessa hora que elas precisam da humanização, do cuidado e do bom relacionamento, destaca.
Silvan reforçou ainda que, seria importante que cada um se colocasse no lugar do paciente e abrisse seu coração para acolher as pessoas. “Que os médicos sejam contaminados com a vontade de fazer um serviço humanizado. Devemos ser solidários”, frisou.
A segunda palestra, proferida por Mônica Duarte, membro da Política Nacional de Humanização, fez um apanhado do Sistema único de Saúde (SUS). Também frisou que o Estado tem adotado metas e diretrizes que valorizem o resgate da saúde humana. “O trabalho em equipe, as ações conjuntas, com gestores, trabalhadores, usuários, e da comunidade fazem que aconteça a política nacional de humanização”, explicou.
De acordo com Mônica Duarte escutar, olhar, acolher, analisar e dar as respostas adequadas são atitudes imprescindíveis para o sucesso da humanização, que deve ser sensibilizada sempre.
- Vamos fazer uma reflexão e criticar nossas práticas cotidianas. Sempre podemos melhorar, disse.