Sem solução da prefeitura, moradores do Jardim Alvorada têm que conviver com sujeira

Jornal O Norte
Publicado em 23/10/2010 às 08:45.Atualizado em 15/11/2021 às 06:42.

Samuel Nunes


Repórter



O bairro Jardim Alvorada vive uma realidade que nem de longe lembra o aspecto de um jardim. O acúmulo de lixo e entulho favorece a proliferação de ratos, escorpiões e baratas. Em entrevista a O NORTE, o presidente da associação de moradores do bairro, José Ursino Ferreira, o Zé Grilo, afirma que o abandono é total por parte da prefeitura.



- Recentemente, reunimos alguns moradores, fizemos a tradicional vaquinha e conseguimos angariar R$ 800 de doações, com as quais pagamos pela limpeza dos arredores da igreja católica do bairro. A festa de Santa Terezinha, realizada no mês de setembro, estava próxima de ser realizada e tinha muito lixo e entulho. Sem o auxílio dos moradores, a festa não teria tido condições de ser realizada - diz.



FOTOS SAMUEL NUNES


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José Ursino Ferreira, conhecido como Zé Grilo, mostra o monte de entulho a poucos metros da igreja católica da comunidade.


 



O líder comunitário cita as avenidas Chiquinho Viriato e Norte como maiores exemplos do descaso.



- Onde era para ser avenida, o que se vê são animais mortos, lixo e entulho. Não dá para chamar isto de avenida - afirma.



Na Rua Cassimira Prudêncio de Araújo, a situação chegou ao ponto de o lixo e entulho avançarem pelo asfalto, impedindo a passagem de carros e motocicletas. Antônio Eduardo Pereira mora há mais de 20 anos na referida via pública,nesta rua e, de acordo com ele, é considerável o número de cobras e escorpiões e, mais recentemente, o local se transformou em foco de dengue.



- Faço um apelo para que a prefeitura resolva este problema, que multe os carroceiros que jogam lixo no local, pois é uma vergonha a realidade aqui. Lembrando que bem próximo daqui está a policlínica Ariosto, algo até inusitado, pois em um local onde se cuida da saúde da comunidade existe um lixão, - questiona.



Na Rua R, a adolescente Geisilene de Freitas Cardoso conta que o mato tem servido para esconderijo de pessoas mal intencionadas.



- Fui perseguida à noite até o portão da minha casa e por pouco o pior não aconteceu. É preciso que seja feita uma limpeza nos lotes vagos. É um absurdo a situação que nós os moradores vivenciamos diariamente - diz.



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Morador mostra saco de lixo jogado minutos antes


da chegada da reportagem no local
.



Moradora do bairro há 12 anos, a pedagoga Delzuíta Corrêa, 42 anos, desabafa:



- Convivo com essa sujeira aqui, lembrando que os proprietários dos loteamentos não aparecem. Quando aparecem, é só visita para ver se não tem ninguém tomando posse da propriedade deles. Enquanto isso, a prefeitura não toma providência. Não tem como limpar isso aqui porque é de obrigação do município. Nós estamos quites com o município, inclusive eu paguei este ano R$ 416 de impostos, e todos os outros moradores devem ter pago também. Então, é de obrigação do município e nós queremos uma providência - cobra.



Já a moradora Conceição Silva culpa a Copasa por jogar lixo nas proximidades da sua residência. Ela afirma que terrenos baldios no bairro significam lixão, o que tem causado inúmeros transtornos aos moradores.  



A reportagem tentou contato com a Copasa saber sobre a denúncia da moradora, mas não obteve êxito. O mesmo aconteceu com a secretaria de Serviços Urbanos, onde ninguém se dispôs a falar com a reportagem.

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