Samuel Nunes
Repórter
Passados dois meses da última visita da reportagem ao bairro Santa Lúcia I, a situação está ainda pior. Naquela oportunidade, em nota, a secretaria de Serviços Urbanos informou que equipes se deslocariam para o bairro para realizar serviços de capina e limpeza, entretanto, tudo ficou mesmo só na promessa. O mato, lixo e entulho continuam tomando conta tanto da sede do PSF quanto de outras áreas da comunidade.
Além do abandono das imediações da sede do PSF, uma funcionária que preferiu o anonimato, disse que há cerca de 15 dias, dois dentistas que atendiam na comunidade foram demitidos. Revela ainda que a zeladoria do prédio também está comprometida uma vez que as responsáveis por realizar este serviço também tiveram os contratados rescindidos.
O presidente da associação de moradores e amigos, Gilson Lacerda Cruz afirma que a situação é de abandono e o poder público municipal precisa sair do discurso e partir para a prática, isto, em termos de melhorias para a comunidade do Santa Lúcia I.
Em relação aos problemas no PSF, o líder comunitário afirma que aproximadamente duas mil famílias estão prejudicadas, especialmente pela falta de atendimento odontológico. Critica também as péssimas condições de ruas próximas à sede do PSF e da escola Doutor João Alves, vias públicas como a Rua Antônio Prates e Alameda Santa Lúcia.
PRAÇA
Outra reclamação da comunidade do Santa Lúcia diz respeito à praça do bairro, única área de lazer principalmente para as crianças. Maria das Graças, dona de casa, é uma das mais antigas moradoras da rua Agnelo Rodrigues. Ela relata ser comum encontra ratos, baratas, escorpiões e cobras na praça, em virtude do matagal, lixo e entulho.
SAMUEL NUNES
Leonino Ferreira Souza morador, reclama da dificuldade de se transitar em meio ao mato no passeio
- A praça mais se parece com uma floresta dentro da cidade, é uma vergonha - desabafa.
O aposentado Milton Amâncio Nascimento, morador da rua Aliança, reclama da água que escorre pela praça, através de desvio feito pela própria comunidade. Segundo ele, o muro de sua residência, devido à água que se acumula, já caiu três vezes ocasionando prejuízos financeiros.
O vigilante Daniel Ferreira, que reside em frente à praça, critica a falta de infra-estrutura no local. Ironicamente, disse que do jeito que as coisas estão, brevemente será possível a colheita de frutas, por exemplo.
Leonino Fernandes Souza, aposentado, afirma que o matagal na praça é falta de respeito com a comunidade. Segundo ele, a igreja católica está circuncidada de mato e, por conseguinte de animais peçonhentos.
- O remédio para esta única área de lazer é uma reforma completa, não adianta limpar, roçar este local pois dias depois o mato toma conta novamente - assegura.
Moradores reclamaram ainda do lixo a céu aberto.
A dona de casa Geni Rosa de Araújo, por exemplo, diz que passados 60 dias quando da presença da reportagem no local a situação se agravou ainda mais. O lixão a que a moradora se refere localiza-se no final da rua Jovelino Soares Cruz. Segundo moradores que residem próximo a este local até mesmo animais mortos têm sido jogados lá.
A reportagem tentou contato com o secretário municipal de Saúde, Alik Rodrigues, para falar sobre as condições em que se encontra o PSF do Santa Lúcia, sem sucesso. Contato foi feito também com a secretaria municipal de Serviços Urbanos onde o secretário João Ferro disse que o município aguarda licitação de uma máquina para realizar serviço de patrolhamento na rua Antônio Prates e em outras vias públicas de cascalho desta comunidade e que nas ruas asfaltadas está programado serviço de tapa-buraco.
Quanto ao matagal presente na praça do Santa Lúcia, o secretário disse que sua pasta não foge à responsabilidade a este respeito, entretanto, sua secretaria é responsável pelo serviço de manutenção ficando a cargo da secretaria municipal de Meio Ambiente a responsável pela limpeza. Foi feita tentativa de contato com o secretário de Meio Ambiente, Aramis Mameluque, mas, sem êxito.