Em 2022 foram 4 mil novos postos de trabalho formais em relação a 2021 (LARISSA DURÃES)
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego - CAGED/MTE mostram que Montes Claros, cuja população ocupada está em torno de 25%, encerrou o ano de 2022 com um crescimento de 4,73% no número de empregos formais em relação a 2021, elevando de 84.656 postos para 88.658 de um ano a outro. Isso significa um crescimento de 4 mil novos postos de trabalho formal durante o último ano.
O setor de serviços foi o grande responsável pelo saldo positivo, já que nos 11 primeiros meses do ano gerou 21.297 empregos. Mesmo com os desligamentos chegando a 17.546, foram criadas, efetivamente, 3.751 vagas adicionais. O comércio também colaborou com o crescimento do número de empregos formais, já que na conta entre admissões, que foram 10.474 e as demissões que chegaram a 9.646 trabalhadores, restou um saldo positivo de 828 vagas adicionais.
FATORES
Para o presidente do Sindicato do Comércio de Montes Claros (SINDCOMERCIO), Glenn Andrade, o saldo positivo entre emprego e desemprego é algo expressivo para o comércio, principalmente para o setor de serviços, já que indica a confiança do setor produtivo tanto do serviço quanto do comércio.
Segundo ele, a geração de novos postos de trabalho, que colocou Montes Claros na contra-mão da realidade nacional, se deu em função do comércio ter contratado um número expressivo de trabahadores no período do natal, mas também em função do retono à normalidade de alguns serviços, no pós-pandemia. “A gente entende que desses contratados no final do ano, para as vendas de Natal, uma parte expressiva ficou efetiva no quadro das empresas. Essa elavação da formalização de emprego na cidade também se deveu à retomada gradual pós-pandemia. Muitas atividades foram afetadas e aos poucos estão retornando à normalidade e contratando”, frisa Andrade,
CENÁRIO NACIONAL
Embora Montes Claros tenha apresentado saldo positivo durante o ano de 2022, os dados do CAGED/MTE revelam que, como em todo o Brasil, houve queda no número de empregos formais criados a partir de outubro/2022, chegando-se a 861 as perdas de postos de trabalho no mês de dezembro/2022. O Setor Serviços, por exemplo, apresentou queda de 653 postos no encerramento do ano. A queda destes casos, de acordo com especialistas, se deve à fuga de capitais, insegurança para investimentos e incertezas quanto às novas diretrizes econômicas, o que levou a quedas na implantação, manutenção e ampliação de novos empreendimentos produtivos dentro do país. Consequentemente, a criação de novos empregos formais e a manutenção dos já existentes ficaram comprometidas em todas as regiões brasileiras. “Aqui já é mais uma questão política. Saímos de um governo e entramos em outro, com uma proposta totalmente diferenciada. Isto provocou uma certa insegurança nos empresários. Mas acreditamos que as ações do governo para o desenvolvimento, deverão ser acertadas e com isso vai haver geração de empregos”, pontua Glenn.