Três homens foram presos na manhã de ontem acusados de tentativa de homicídio na vila São Francisco de Assis. O crime aconteceu em dezembro de 2018 e a suspeita é a de que cerca de dez pessoas tenham participado da agressão a Adriano Carlos Gomes de Jesus, de 30 anos.
No entanto, quatro autores foram identificados: L.B.P, de 21 anos, com registro policial por tráfico de drogas, dirigir sem habilitação, receptação, disparo de arma de fogo, vias de fato/agressão, dano; K.P.V.S., de 19, com passagem por tráfico de drogas, uso de drogas, ameaça, disparo de arma de fogo, roubo; H.M.P.M., de 18, também com passagem por tráfico de drogas e roubo.
O quarto agressor, A.F.C., de 19 anos, com registro policial por dirigir sem habilitação, receptação, roubo, disparo de arma de fogo e furto, não foi localizado e encontra-se foragido.
A vítima também possui passagem devido a prática de roubos, ameaças e lesões corporais, a maioria delas ocorridos no âmbito familiar, onde tinha grandes problemas.
De acordo com o delegado de Homicídios, Bruno Rezende, a motivação do crime teria sido o fato de que o envolvimento constante de Adriano em brigas familiares atraiu a atenção da polícia para a comunidade, prejudicando a atuação dos traficantes.
A área, ressalta o delegado, possui o projeto Fica Vivo, programa de redução de homicídios, o que gera intervenção dos órgãos de segurança no controle da criminalidade de forma mais frequente.
“Isso gerou uma indisposição com essa vítima, porque estaria atraindo a polícia e impedindo que a atividade ilegal do comércio de entorpecentes ocorresse. Além das agressões, os autores destruíram a casa da vítima”, conta o delegado.
Após as investigações, a Polícia Civil concluiu que Adriano, após discussão com familiares (pai e mãe), foi agredido por vários indivíduos com chutes, socos, pauladas e pedradas, sendo socorrido em estado grave pelo Samu.
OPERAÇÃO
Trinta e seis policiais e 14 viaturas participaram da operação para cumprimento dos mandados de prisão temporária e de busca e apreensão na casa dos suspeitos.
Nos locais, no entanto, nada de ilícito foi encontrado. A operação, intitulada Imperium, que no latim significa “dominação”, remete à pretensão dos autores de impor domínio à comunidade por meio da violência, opressão, medo e silêncio, o que as polícias e demais órgãos de segurança pública visam combater e rechaçar, impedindo que os traficantes e criminosos exerçam justiça com as próprias mãos, por interesses ligados à criminalidade.
A vítima não mora mais no bairro por medo de retaliação dos criminosos. Bruno afirma que é importante a ação das polícias “para dar essa resposta a comunidade no sentido de que não será permitido que essa tentativa de implantar esse “império” se perpetue, então tira de circulação pessoas de associação criminosas e que não impede a atuação da polícia em relação a esse controle e a investigação, que segue com a identificação dos demais envolvidos e responsabilização de todos eles”.
REPRESSÃO
O delegado Bruno Rezende ressalta que o ano chega ao quarto mês com apenas um homicídio consumado e dez tentados. “Isso é fruto da repercussão integrada e desse trabalho de identificação e agilidade na responsabilização desses autores”, frisa.
Sobre os criminosos, Bruno afirma que “eles ficam presos temporariamente por 30 dias, e a Polícia Civil fará o pedido da representação da conversão da prisão preventiva. A ideia é que eles fiquem presos por prazo indeterminado até a instrução judicial, à disposição da Justiça”.
* Estagiária sob supervisão do editor