Moradores do bairro Delfino Magalhães, em Montes Claros, devem ficar atentos para a vacinação de cães e gatos como medida preventiva contra a raiva. A ação começou a ser realizada nesta terça-feira (24), após a confirmação de que um morcego encontrado no bairro estava contaminado. A imunização dos animais acontecerá até sexta-feira (27), na Unidade de Saúde do Bairro Delfino Magalhães.

“Especificamente em relação a este morcego encontrado, não houve contato com pessoas. Foi uma denúncia, o animal já estava morto. Ele foi recolhido e encaminhado para fazer exames de classificação de espécie e ver se tinha o vírus da raiva”, diz Geraldo Assis, coordenador do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Montes Claros. O exame foi feito pela Fundação Ezequiel Dias (Funed).

Assim que foi constatada a raiva no animal, o CCZ começou a articular as intervenções. “Iniciamos o bloqueio vacinal nos cães da área, no raio de 500 metros a partir da hora do achado. Estamos fazendo a captura de animal de rua e observação desses animais no canil do CCZ”, explica.

Após a observação, diz Geraldo Assis, se os animais não apresentarem nenhum sintoma ou não tiverem evoluído para óbito – caso em que é feita a coleta de material para remessa de análise –, o município segue o protocolo normal para animais sadios, que foram capturados em situação de rua. “Fazemos a castração, pós-operatório e soltura no mesmo ambiente em que eles estavam convivendo”, afirma.

Caso algum morador encontre morcego morto, a orientação é para que entre em contato com o Centro de Controle de Zoonoses e uma equipe vai fazer o recolhimento para exames.

SEQUELAS
A médica Caroline Vieira ressalta que a raiva em humanos tem uma alta letalidade e, em caso de sobrevivência, que é raro, a doença deixa graves sequelas.

“Se o animal doméstico ou silvestre apresentar inquietação, nervosismo ou deficiência motora, como babar ou não conseguir sustentar o pescoço, o CCZ deve ser comunicado imediatamente. Aqui em Montes Claros existem morcegos, mas estes morcegos urbanos se alimentam de frutas, não de sangue. Porém, a partir dessa identificação, a atenção é extremamente necessária porque eles vivem em bandos e transmitem a doença”, diz a médica.

As medidas de profilaxia, segundo a médica, já existiam para casos de mordedura, lambedura ou arranhadura pelos animais, com aplicação do soro antirrábico, e agora estão sendo reforçados os protocolos.
 
CUIDADOS
Com base nos protocolos do Ministério da Saúde, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Montes Claros emitiu nota alertando sobre cuidados como não tocar o animal e aguardar a chegada da equipe para remoção.

Em caso de contato com morcego ou outros animais silvestres, como macaco, soim ou gambá, é preciso procurar imediatamente a unidade de saúde para avaliação.

Os animais silvestres são protegidos por lei e, mesmo sob suspeita de raiva, não devem ser mortos. São encaminhados ao Centro de Zoonoses para as medidas adequadas.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o controle da raiva passa pela alta cobertura vacinal antirrábica canina e felina, durante uma sucessão de anos, reduzindo assim a incidência da raiva humana transmitida por cães e gatos.

Minas soma, neste ano, três casos da doença e três mortes foram confirmados no Estado. Todas as notificações foram identificadas na área rural de Bertópolis, no Vale do Jequitinhonha.

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