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Terça-Feira,8 de Julho

Protesto: Entidades que lutam contra aids não fazem ações preventivas no carnaval de 2009

Jornal O Norte
Publicado em 25/02/2009 às 14:55.Atualizado em 15/11/2021 às 06:51.

Samuel Nunes


Repórter



Diferente do que acontece anualmente, quando as organizações da sociedade civil contra a Aids em Minas Gerais convocam seus voluntários para a distribuição de preservativos nos principais locais de concentrações de foliões, durante o carnaval em 2009, sob forma de protesto, as ONGs não estarão nas ruas fazendo esse trabalho, revela a presidente do Grappa- Grupo de apoio à prevenção e aos portadores da Aids do Norte de Minas -Tati Viana.



Ela lembra que historicamente acompanhando o esforço do governo federal concentrado nas festas carnavalescas, esse trabalho é feito por cerca de 50 entidades não governamentais distribuídas por todo o Estado.



- Estas ONGs recebem preservativos e folhetos preparados pelo governo. Este tipo de ação é feita de forma voluntária e garante a cobertura necessária para que a população possa se prevenir promovendo na festa, a prática do sexo seguro durante o reinado do Momo - diz.



REIVINDICAÇÕES



A presidente do Grappa afirma que o ano de 2009 se inicia e infelizmente, diz ela, acontece o descompasso no enfrentamento da epidemia da Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis. Tati Viana conta que de um lado fica a sociedade civil organizada e de outro o governo do Estado.



- Esse descompasso tornou-se mais evidente depois do dia 06 de fevereiro de 2009 quando aconteceu a reunião do Fórum Minas Ong-/ Aids, em Belo Horizonte. O movimento de luta contra a doença em Minas Gerais tem tentado diálogo há meses com o secretário de Saúde do Estado, Marcos Pestana, no sentido de apresentar a ele reivindicações e propostas de melhorias para o setor – desabafa.



O movimento de luta contra a Aids no Estado formado por diversas Ongs, dentre elas o Grappa, reivindica o comprometimento do Estado no enfrentamento da epidemia, a liberação de mais recursos financeiros visando à manutenção de inúmeras ações e publicação de editais de projetos.



- O governo do Estado tem que injetar políticas com contrapartida financeira para garantir prevenção e assistência aos assistidos pelas entidades - diz.



MUDANÇAS



Segundo Tati Viana, na última reunião realizada em Belo Horizonte ficou decidido que as Ongs não farão ações preventivas no carnaval de 2009. Demonstrando tristeza, ela revela que 25 milhões de preservativos não serão entregues no reinado do Momo, situação que deixa espaço para a contaminação.



- O movimento Aids em Minas Gerais tem feito tudo o esforço necessário para manter suas ações, entretanto, tudo está muito difícil. As poucas ações que temos realizado é por acreditar em um ideal, muitas vezes por ver parentes e amigos morrendo em decorrência de complicações trazidas pela contaminação do vírus HIV - ressalta.



Ela explica que apesar de não ter carnaval em Montes Claros, o Grappa não poder cruzar os braços e deixar de advertir a população quanto ao uso do preservativo para aqueles foliões que vão viajar e curtir o carnaval e outras cidades.



- Vamos continuar distribuindo camisinhas somente dentro da nossa instituição como sempre fazemos, afinal temos uma média de 3.500 pessoas cadastradas que pegam preservativos mensalmente na entidade. Não podemos esquecer que somos controle social e precisamos do apoio do Governo para executar nossas ações - conclui.



PREOCUPAÇÃO CONTINUA



A presidente do Grappa- Grupo de apoio à prevenção e aos portadores da aids do Norte de Minas, Tati Viana salienta que a entidade apesar de propor políticas afirmativas de enfrentamento da Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis é favorável à paralisação no carnaval, em virtude do descaso com o trabalho desenvolvido pelo movimento de lutas contra a doença. Alerta o fato de que os casos notificados entre a juventude e especificamente junto às mulheres têm crescido progressivamente, isto de acordo com boletim epidemiológico publicado pelo ministério da Saúde.



- Vamos cobrar resultados e fazer o nosso papel que está voltado para o controle das políticas públicas - afirma Tati Viana.

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