
Mesmo sendo maioria na população brasileira, as mulheres ainda enfrentam desafios para ocupar espaços de poder. No cenário municipal, essa disparidade é evidente: somente 12% das cidades brasileiras são governadas por mulheres, e o país tem a menor presença feminina em prefeituras de toda a América Latina. Para fortalecer a participação das mulheres na política e na gestão pública, Montes Claros pode ganhar um Fórum Municipal dos Direitos das Mulheres. A proposta, que será apresentada durante o “Agosto Lilás”, busca integrar e ampliar as iniciativas voltadas para a equidade de gênero, como explica a empresária Ariane Galdino, uma das responsáveis pelo projeto.
“Nosso desejo é ampliar a representatividade feminina e fortalecer a luta por igualdade de direitos, bem como promover ações em prol dos direitos femininos, fortalecendo a comunicação entre a população e o poder público”, explica Ariane, que também é diretora regional da Federaminas Mulher, entidade que representa as mulheres empreendedoras do estado, e diretora consultiva da Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACI).
A advogada e presidente interina da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Montes Claros, Graciete Prioto, fez questão de assinar a iniciativa. “A OAB está sempre atenta às ações que envolvem a defesa dos direitos e a difusão do conhecimento”. Amanda Silveira, advogada especialista e ativista na promoção e Defesa do Direito das Mulheres que atua como advogada no Instituto Justiceiras, ressaltou a necessidade de difundir e democratizar o acesso aos dispositivos já existentes de apoio às mulheres. “Isso fará com que o acesso aconteça de forma mais célere, eficaz e contínua”, avalia.
Para a primeira edição, as idealizadoras pretendem trazer como tema os desafios no combate à violência contra as mulheres, abordando as dificuldades e estratégias na luta contra a violência de gênero. “Queremos conectar lideranças femininas e suas metas, promovendo discussões e ações efetivas em prol das mulheres, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade social ou violência. Vamos sensibilizar e mobilizar a sociedade para a defesa contínua e permanente dos direitos das mulheres”, afirma a empresária.
Com a consolidação do Fórum como um evento anual, a iniciativa deve proporcionar um espaço para que lideranças femininas compartilhem seus objetivos e ações, fomentando parcerias e ampliando a visão sobre os desafios enfrentados pelas mulheres. “Caso nossa proposta seja abraçada pelo município, acreditamos que esse será um espaço para vermos claramente todas essas ações que já são realizadas pelas entidades, grupos e instituições, no sentido de incentivarmos a troca entre as lideranças femininas para transformar a realidade de muito mais mulheres, bem como gerar engajamento e parcerias na formação de um ecossistema que garanta mais voz, vez e direitos plenos”, conclui Galdino.