Projeto Catador cidadão faz sucesso no Morada do Parque

Jornal O Norte
Publicado em 13/04/2006 às 11:53.Atualizado em 15/11/2021 às 08:33.

Iran Ferreira


Repórter


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Idealizado e coordenado pelo IGS - Instituto Grande Sertão, o projeto Catador cidadão tem como objetivo melhorar a qualidade de vida dos catadores de material reciclável, criando condições para um processo de organização social e econômica, investindo em lideranças e potencializando a iniciativa de criação de uma associação, entidade ou cooperativa, atuante e representativa em Montes Claros.



(foto: Wilson Medeiros)



Iniciado em abril de 2005, a idéia do projeto surgiu em 2004, a partir da atuação do IGS no Codema - Conselho municipal de defesa e conservação do meio ambiente. De acordo com o coordenador Ramon Risério, a proposta de criação do Catador cidadão começou a partir do contato com os graves problemas ambientais gerados pelo lixo em Moc, que recolhe cerca de 200 mil toneladas do material por dia:



- O instituto percebeu claramente os graves problemas ambientais provocados pelo lixo na cidade e, em especial, o importante papel desempenhado pelos catadores de material reciclável como agentes ambientais.



O projeto tem o apoio da secretaria municipal do Meio Ambiente e da Unimontes.



Atualmente, o projeto funciona em fase piloto no Bairro Morada do Parque. Segundo Ramon, o bairro foi escolhido por causa do nível de consciência ambiental dos moradores e, também, devido à proximidade dos parques municipal e da Sapucaia e do mini-zológico:



- Estes fatores têm facilitado a participação da comunidade na separação do material reciclável. Esta participação é fundamental para o sucesso do projeto.



O Catador cidadão conta com a presença de cinco catadores credenciados pelo projeto. Seu Walter Lima é um deles. Com 52 anos de idade, oito de profissão, casado, pai de três filhos, seu Waltinho, como prefere ser chamado, consegue o sustento da família por meio da venda de material reciclável recolhido nas ruas e casas do bairro. Por cada garrafa de plástico vendida, ele ganha R$ 0,60. Por dia, seu Waltinho cata em torno de 12 e ganha em média R$ 8:



- É pouco, mas é o pouco que ajuda no sustento da minha família.



Moradora do bairro há mais de dez anos, Iracema Santos faz coleta seletiva do lixo, separando o material reciclável dos não-recicláveis:



- Com isso, os catadores aproveitam uma quantidade maior de material, o que também evita o contato direto com o lixo. Além de viabilizar outro importante benefício, que é o aumento da sua renda.



O projeto Cidadão catador tem o apoio da Associação de moradores do bairro. Todo o material para divulgação, como panfletos, cartazes e selos, foi doado pela entidade. Para o presidente Vicente Silveira, o projeto é mais uma forma de conscientizar a comunidade de como preservar o meio ambiente:



- O projeto incentiva a coleta seletiva. ou seja, todo o material é reciclado para diminuir a contaminação do meio ambiente. E, com isso, quem sai ganhando é a comunidade, que aprende novas maneiras de como preservar o meio em que vive.

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