Produção de máscaras ganha destaque entre profissionais e amadores em Montes Claros

Christine Antonini e Márcia Vieira
O Norte
Publicado em 14/04/2020 às 23:45.Atualizado em 27/10/2021 às 03:16.
 (Arquivo Pessoal)
(Arquivo Pessoal)

Em meio à pandemia, comércios fechados e muita gente perdendo a fonte de renda, os gestos de solidariedade não param. Em casa desde que começou o isolamento social, a cantora Vera Alencar e a mãe Antônia iniciaram a confecção de máscaras em TNT para ajudar uma ONG. Inicialmente, fizeram 600 máscaras e doaram. Antônia tomou gosto pelo ofício e quando o Ministério da Saúde autorizou a máscara de tecido, elas partiram para outra remessa. A escolha de quem vai receber o equipamento é aleatória.

“Minha mãe faz tratamento oncológico, é grupo de risco, e não pode sair de casa. Eu saí para comprar as coisas, porque ela queria uma maneira de ajudar, de ser útil. Agora já produzimos mais 500. Se uma única pessoa me pede 20, eu prefiro doar cinco e distribuir as 15 entre mais pessoas, para ninguém ficar sem”, explica Vera, que no momento da entrevista estava entre uma e outra entrega. Na oncologia de um dos hospitais da cidade ela acabava de entregar 60 máscaras.

“É que muita gente vem de cidades vizinhas para tratar e, às vezes, fica o dia inteiro. Não dá para usar só uma máscara. Tem que trocar”, pontua.

Reynaldo Pinto é presidente de um clube local de futebol e tem uma fábrica pequena de materiais esportivos. Com o negócio temporariamente paralisado, decidiu que o equipamento poderia ser útil em algum momento. E foi. Ao divulgar em grupos de WhatsApp que colocaria a estrutura à disposição, a reação foi imediata.

“Sou conselheiro no CMCDA e ali eu vi um clamor em busca das máscaras. Pessoas que trabalham em hospitais manifestavam a dificuldade de trabalhar pela falta de proteção. Então resolvi fazer um texto colocando a nossa pequena empresa à disposição e logo recebemos o retorno. Tivemos a graça de receber o contato de um empresário que custeou o material e organizamos quatro costureiras para confeccionar. É um momento crítico que estamos vivendo e toda ajuda é bem-vinda”, diz.

O primeiro a se manifestar após o comunicado de Reynaldo foi o empresário do ramo de equipamentos agrícolas Gilberto Guálter. Questionado sobre a motivação para o gesto, cita versos da música de Beto Guedes: “um mais um é sempre mais que dois”.

“É muito melhor ajudar do que ser ajudado. Aprendi também que é dando que se recebe. Estou fazendo para mim também. Ajudando a minha cidade, minha comunidade, meus colegas. Ninguém sabe quem está ou não está com o vírus. É o momento mais difícil que nós passamos e cada um pode fazer um pouquinho”.

Máscara no lugar de camisas
Há mais de 20 anos no ramo de camisaria, a empresária Vera Lopo, proprietária da Tribo Social, encontrou em meio à crise pandêmica e econômica uma maneira de sair do aperto. A empresária está fabricando máscaras de pano, que evitam o contágio pelo coronavírus. Os equipamentos estão sendo feitos com tecido que estava guardado no estoque. Após a confecção, as máscaras passam por um processo de esterilização.

“Percebemos que a máscara de tecido começou a ser uma necessidade de toda população, então resolvemos inovar na fabricação deste produto. As máscaras de pano são mais confortáveis e não machucam. Fazemos ela personalizada, de acordo com o gosto e a necessidade do cliente. Temos com filtro solar, de diversas estampas, como time de futebol, logomarca da empresa ou algum personagem infantil que agrada muito a criançada”, pontua Vera Lopo, que também confecciona máscara para doar aos hospitais. Na Tribo Social, o valor do EPI varia entre R$ 2,50 e R$ 12. 

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